Acaba de ser divulgado um estudo internacional, levado a cabo por investigadores da Rush University em Chicago, nos EUA, que garante que ingerir uma porção diária de espinafres ajuda a prevenir a demência. A garantia é dada por cientistas que acompanharam um grupo de 950 idosos durante um período de dois a 10 anos, monitorizando a sua dieta e as suas capacidades mentais. Os participantes, com uma média de 81 anos, foram submetidos a 19 testes. Os que comiam vegetais verdes como os espinafres e as couves todos os dias, uma a duas vezes por dia, registaram menores perdas cognitivas, asseguram os especialistas.

Em média, os membros desse grupo conseguiram atrasar o processo de envelhecimento mental por um período de cerca de 11 anos. A revelação foi feita, no início desta semana, numa conferência sobre biologia experimental, em Boston, nos EUA. «Perder a memória ou as suas capacidades cognitivas é um dos maiores medos que as pessoas vão ganhando à medida que vão envelhecendo. Aumentar o consumo de vegetais de folhas verdes é uma maneira simples, económica e não invasiva de proteger o cérebro da demência e da doença de Alzheimer», referiu Martha Clare, a investigadora que coordenou o estudo no evento.

Para a especialista, a explicação pode estar no facto deste tipo de verduras, muito apreciado em Portugal, ser rico em vitaminas como a K e nutrientes como a luteína, o ácido fólico e o betacaroteno. Esta não é, todavia, a primeira vez que o poder dos espinafres é enaltecido. Um estudo sueco, levado a cabo pelo prestigiado Karolinska Institute e divulgado em 2012 no Journal of Physiology, associava o consumo deste alimento a um reforço do tónus muscular, devido ao aumento da produção de proteínas nos músculos, tornando-os mais fortes e mais eficientes.

Texto: Luis Batista Gonçalves