"Aconteceu um ataque importante de ransomware contra os sistemas de informática do HSE", anunciou o organismo no Twitter.
As autoridades atribuíram o ataque a criminosos internacionais e garantiram que a segurança dos pacientes não está em perigo.
"Por precaução, decidimos suspender todos os nossos sistemas para protegê-los deste ataque e para avaliar a situação de maneira detalhada", afirmou o HSE Ireland.
O ciberataque contra o HSE utilizou um software malicioso semelhante ao que atacou a Colonial Pipeline, operadora de um enorme oleoduto nos Estados Unidos que reiniciou todo o seu sistema na quinta-feira à noite (13) depois de ter sido paralisado no último fim de semana. O ataque foi executado pelo grupo criminoso DarkSide, informou o FBI, a Polícia Federal americana.
A saúde pública irlandesa enfrenta "um problema bastante grave", afirmou o diretor-geral do HSE, Paul Reid, ao canal estatal RTE. "Tomamos a medida de precaução de apagar muitos dos nossos sistemas-chave para protegê-los", reiterou.
O HSE pediu desculpas pelos problemas provocados aos seus pacientes e afirmou que a vacinação não será afetada, "seguindo adiante como estava previsto".
A vacinação contra a COVID-19 está aberta para pessoas com mais de 50 anos na Irlanda, onde a doença matou 4.937 pessoas, segundo os dados oficiais.
O serviço de ambulâncias também está "a operar com normalidade, sem impacto na gestão de chamadas e de emergência em todo país", acrescentou o HSE.
A maternidade Rotunda de Dublin anunciou o cancelamento de todas as consultas, com exceção para as mulheres grávidas de 36 semanas, ou mais.
Fergal Malone, diretor da unidade, explicou que o "problema envolve os computadores que se conectam aos históricos eletrónicos de saúde".
Os Estados Unidos também sofreram uma recente onda de ataques cibernéticos, incluindo um contra o sistema de oleodutos na semana passada e uma grande ação de hackers contra a empresa de software SolarWinds.
Neste contexto, o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, pediu na quarta-feira a formação de uma coligação internacional para fortalecer a segurança cibernética contra agentes estatais e contra criminosos que buscam subverter as normas democráticas.
"Estes atores são os vândalos em escala industrial do século XXI. Querem minar as bases de nossa democracia", afirmou numa conferência virtual organizada pelo Centro Nacional de Cibersegurança (NCSC) britânico, depois de criticar países como Rússia, China, Irão e Coreia do Norte.
"Quando Estados, como a Rússia, têm criminosos e grupos que operam do seu território, os países têm a responsabilidade de perseguir estes grupos, não de apoiá-los", afirmou Raab.
"Utilizamos as nossas capacidades, porque são necessárias para defender os nossos cidadãos e salvaguardar a colaboração internacional. Os nossos adversários utilizam o seu poder para roubar, sabotar e saquear o sistema internacional", completou.
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