Os investigadores demonstraram, analisando cuidadosamente o processamento auditivo central, que quase 80% das ligações entre as zonas centrais e pré-corticais durante o processamento do som parecem ser de cima para baixo, ou seja, partindo do cérebro para o sistema auditivo periférico.

"Esta descoberta é inusitada porque tradicionalmente se defende que o cérebro processa os sons captados, aquilo que se denomina de audição objetiva e, afinal, o cérebro parece ter um papel ativo que influencia o processo de audição, denominando-se de audição subjetiva", explica Pedro Paiva, audiologista da MiniSom.

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"Esta descoberta pode explicar porque é que a adaptação ao aparelho auditivo é mais morosa do que a adaptação de uma pessoa com problemas visuais aos novos óculos, por exemplo", acrescenta.

A descoberta pode ter uma implicação importante na resolução de distúrbios auditivos, sobretudo na melhoria do processo de adaptação ao aparelho auditivo, permitindo que os fabricantes dos aparelhos possam compreender a dificuldade da pessoa com perda auditiva em habituar-se à forma como os novos sons são captados.

É que utilizar um aparelho auditivo pela primeira vez é, também, um processo psicológico, e as expetativas, metas e objetivos devem ser partilhados com um audiologista.