Resultados de diversos estudos com células estaminais mesenquimais (MSC, Mesenchymal Stem Cells) têm-se apresentado favoráveis no que respeita à atenuação de complicações associadas à diabetes tipo 2.

Os investigadores têm sugerido que parte dos efeitos terapêuticos se devam a vesículas libertadas pelas MSC. Estas vesículas são “bolsas” ou “bolhas” muito pequenas, designadas exossomas e que contêm moléculas bioativas no seu interior. Alguns estudos têm revelado que os exossomas libertados pelas MSC do tecido do cordão umbilical têm a capacidade de regenerar tecidos e reparar lesões. Além disso, uma vez que estas vesículas contêm várias proteínas relacionadas com o metabolismo da glucose, têm suscitado interesse no âmbito da diabetes.

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Um desses estudos mostrou que administração de exossomas, isolados a partir de MSC do tecido do cordão umbilical, a ratinhos diabéticos (Diabetes tipo 2) foi capaz de reverter a resistência à insulina e de melhorar os níveis de glicemia.
“O tratamento com exossomas de MSC do tecido do cordão umbilical conduziu à inibição da libertação de moléculas pró-inflamatórias, à diminuição da resistência à insulina e à regeneração das células beta do pâncreas”, refere Carla Cardoso, investigadora da Crioestaminal.

Sobre o estudo, acrescenta ainda que “consequentemente houve um aumento da produção e libertação de insulina, o que resultou numa maior captação da glucose pelas células e redução da glicemia”.

Face aos resultados obtidos, os autores afirmam que esta poderá ser uma potencial alternativa para o tratamento da diabetes tipo 2. Os investigadores avaliaram ainda a segurança deste tratamento em várias espécies e não houve quaisquer evidências de tumorigenese nem de toxicidade. Este estudo mostra que os exossomas libertados pelas MSC do tecido do cordão umbilical são um dos fatores-chave associados aos efeitos terapêuticos deste tipo de células na regulação da glicemia.

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A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica caracterizada por níveis de glicemia (glucose no sangue) elevados. Nove em cada 10 diabéticos tem Diabetes tipo 2, sendo a forma mais comum da doença. A diabetes tipo 2 afeta cerca de 500 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de um milhão de pessoas em Portugal.

Apesar de o pâncreas produzir insulina, esta não atua de modo eficaz devido, entre outros fatores, a hábitos alimentares e estilos de vida pouco saudáveis. O organismo torna-se resistente a esta hormona e a glucose acumula-se no sangue (hiperglicemia). Os vasos sanguíneos deterioram-se progressivamente, surgindo outras complicações nos olhos, sistema nervoso e rins, assim como doenças cardiovasculares associadas.