O boletim semanal do ministério da Saúde brasileiro, divulgado na quarta-feira, revela que o número de pacientes subiu 16,2% em uma semana e de bebés mortos em 12,9%.

As autoridades estão ainda a analisar 4.231 casos suspeitos. O surto de Zika e sua a potencial associação com malformações congénitas levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar uma emergência global, em fevereiro.

Médicos franceses advertiram na quinta-feira que o vírus Zika, já responsabilizado por estar na origem de diversos e graves problemas de saúde, por também provocar uma grave infeção no cérebro entre os adultos que podem ocasionar um coma.

No final de 2015, o Brasil detetou um aumento incomum no número de casos reportados desta malformação congénita que irreversivelmente danifica o cérebro e limita o desenvolvimento motor e intelectual.

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O ministério "considera que houve infeção de Zika na maioria das mães que tiveram bebés cujo diagnóstico geral foi de microcefalia", relata o documento.

A média de referência de casos de microcefalia no Brasil é de 150 anuais. A doença deixa sequelas irreversíveis no cérebro e a sua aparição também está associada a doenças como sífilis, rubéola ou toxoplasmose na progenitora durante a gravidez.

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As autoridades estimam que um milhão e meio de pessoas foram contagiadas pelo vírus Zika no Brasil, embora seja um número difícil de precisar pois até 80% dos casos são assintomáticos.

Assim como a dengue, a febre amarela e a chikungunya, o Zika é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que prolifera em águas paradas de regiões quentes. Existe suspeita de transmissão do vírus também por via sexual.