
A transmissão voluntária do vírus da Sida é considerada crime na maioria dos países, mas tal não inibe um grupo de pessoas ainda não identificadas que pretende transmitir o VIH através de sexo sem preservativo no Brasil.
O repórter do jornal Estadão descreve que há um grupo de homossexuais que partilha na Web diferentes técnicas para fazer sexo desprotegido, sem que o parceiro se aperceba e assim aumentar a probabilidade de transmissão do vírus da imunodeficiência adquirida.
Há três semanas, uma dessas páginas chamou a atenção dos jornais brasileiros e depois de várias denúncias o site foi retirado do ar. As autoridades locais estão já a investigar o caso.
Nas publicações eram descritas ao pormenor táticas para infetar os parceiros. Entre as expressões usadas, destaque para "vitaminar" ou "carimbar", duas palavras utilizadas em alusão à transmissão do vírus.
Algumas publicações estão acompanhadas de vídeos e fotos com as técnicas divulgadas passo-a-passo, o que poderá ajudar as autoridades a identificar os responsáveis.
O Ministério da Saúde do Brasil está já a par do caso, escreve o semanário brasileiro.
Esquema da roleta russa
Há outras páginas que não foram ainda retiradas da Internet e que estão a disseminar informações do género e a incentivar a prática designada como "roleta russa". Um dos autores destas páginas explica que se trata de um fetiche da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero), em declarações ao meio de comunicação brasileiro.
Segundo o jornal, são agendadas orgias com a intenção deliberada de espalhar o vírus da Sida. Nessas festas, frequentadas por centenas de pessoas, é infiltrado um membro infetado que pode assim transmitir o vírus a outros parceiros sexuais.
As festas e os encontros decorrem em apartamentos de bairros de classe alta e média alta, saunas e boates de todo o país.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, apesar do vírus da Sida estar mais presente na comunidade heterossexual, é na comunidade homossexual que mais se alastra nos últimos anos.
Estima-se que cerca de 35,3 milhões de pessoas, em todo o mundo, estejam infetadas com o VIH.
Embora o número anual de mortes por Sida esteja a diminuir em todo o mundo, em 2012 ainda foram registadas 1,6 milhões de vítimas mortais. Em 2005 esse número ascendia aos 2,3 milhões.
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