“Dez países, incluindo o Brasil, a Venezuela, as Filipinas e o Iémen são responsáveis por 74% do total do aumento de casos da doença. No mundo, 98 países relataram um crescimento na incidência de sarampo em 2018 em comparação com 2017. A situação afetou o progresso no combate à doença altamente evitável”, lê-se num comunicado divulgado pela Unicef.

A agência das Nações Unidas para a infância também relatou que o Brasil teve 10.262 casos de sarampo confirmados no ano passado, número que significa o dobro em relação a 2017.

O último registo de sarampo no Brasil tinha ocorrido em 2015, mas a imigração em massa de venezuelanos no país trouxe de volta a doença.

“Em 2015, no Brasil, nós tínhamos muito boas coberturas vacinais, inclusive para sarampo, que chegava a 96%. São dados oficiais do Governo brasileiro, do Programa Nacional de Imunização”, frisou Cristina Albuquerque, chefe de Saúde e HIV da Unicef no Brasil.

“Ao longo dos últimos anos, depois de 2015, essa cobertura foi baixando, até que em 2017, fechamos o ano com uma cobertura de apenas 85,2% no território brasileiro, isso dado nacional.”, acrescentou a especialista.

Já o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde do Brasil em 24 de janeiro confirmou o registo de 10.302 casos de sarampo no país.

Há registo de surtos de sarampo nos estados do Amazonas e Roraima que foram causados pela reintrodução da doença no Brasil com a imigração em massa de refugiados e imigrantes venezuelanos.

Outros nove estados do país também confirmaram casos da doença. O estado do Pará confirmou 62 casos, no Rio Grande do Sul foram 46 casos, no Rio de Janeiro 19 casos, em Pernambuco e Sergipe quatro casos, três casos em São Paulo e Bahia, dois em Rondônia e um caso no Distrito Federal.

O gGoverno brasileiro também informou que já foram confirmadas 12 mortes por sarampo.

Em Roraima, foram confirmados quatro mortes, todos em menores de cinco anos, sendo dois brasileiros e dois venezuelanos.

No Amazonas, foram confirmados seis óbitos por sarampo, sendo três residentes em Manaus, dois em Autazes, e um em Manacapuru.

Já no Pará, foram confirmados dois óbitos ocorridos no município de Belém, em venezuelanos indígenas, menores de um ano de idade.