O ministro da Saúde, Paulo Macedo, defendeu hoje que os bombeiros devem cumprir o acordo com o Ministério e não suspender o serviço de transporte de doentes não urgentes.

A 26 de maio, as 56 corporações de bombeiros do distrito de Lisboa anunciaram que vão suspender, a partir de 01 de junho, o serviço de transporte de doentes não urgentes contratado pelo Ministério da Saúde.

No final de uma visita a uma escola no Cacém, Sintra, o ministro da Saúde disse aos jornalistas que esta é "uma forma de pressionar o Ministério", adiantando, no entanto, que decorrem negociações com a Liga dos Bombeiros e que, por essa razão, não acredita que as corporações vão efetivar essa suspensão de serviço.

"Há um acordo e deve ser cumprido pelas partes. Não é essa a nossa expetativa [suspensão do serviço]. Não é isso que decorre do acordo que fizemos com a Liga dos Bombeiros e não acredito que cessem [o serviço] ", disse.

O governante adiantou que, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, os bombeiros são a única entidade com a qual o Ministério aceitou aumentar custos.
"Relativamente as áreas de hemodialise, medicamentos, ou diagnostico, a obrigação nesta emergência nacional que o país se encontra e face à sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, as medidas foram de baixar preços no sentido de os nossos hospitais terem uma maior sustentabilidade", justificou.

Em março, o Ministério da Saúde e a Liga dos Bombeiros chegaram a acordo em relação ao transporte de doentes, depois de acertarem o aumento de três cêntimos no preço a pagar por cada quilómetro, que passa para 51 cêntimos, e o aumento do preço da taxa de saída de ambulâncias de 7,5 para 10 euros.
Face a este acordo, as 56 associações do distrito de Lisboa aprovaram a 26 de maio uma proposta dos secretariados de Sintra e Amadora, que contemplava um voto de desconfiança à Liga dos Bombeiros.

"Este voto de desconfiança ao conselho executivo da Liga dos Bombeiros deve-se às desastrosas consequências das negociações que tiveram com o Ministério da Saúde relativamente ao transporte de doentes, que já está publicado em Diário da República", disse à agência Lusa, na altura, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, António Carvalho.

As associações aprovaram ainda realizar uma manifestação em Lisboa, com data ainda por definir, onde todas as viaturas de transporte de doentes vão circular na capital portuguesa em 'hora de ponta'.

30 de maio de 2012

@Lusa