A Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN), com o apoio da FoldRx/Pfizer, está a lançar uma bolsa de investigação para fomentar a especialização de jovens médicos na área da Paramiloidose (conhecida como “Doença dos Pezinhos”) e ajudar a melhor conhecer a patologia.
A Paramiloidose é uma patologia rara e hereditária, que afecta o sistema nervoso periférico nas vertentes motora, sensitiva e autonómica. Manifesta-se por volta dos 30 anos, afectando inicialmente os membros inferiores (daí a designação de “Doença dos Pezinhos”), com diminuição da sensibilidade, capacidade motora e regulação de vários órgãos. É geralmente fatal ao fim de cerca de 11 anos, quando não tratada.
Existem 10 a 19 mil doentes de Paramiloidose em todo o mundo. Portugal é o país com maior prevalência – cerca de 1500 casos – surgem, anualmente, 100 novos doentes, aproximadamente, e foi o país que contribuiu com mais doentes para os ensaios clínicos de tafamidis (única opção terapêutica oral para a patologia).
A bolsa "Corino de Andrade" vai permitir que dois médicos desenvolvam investigação clínica na área da Paramiloidose e que prestem cuidados de saúde aos doentes afectados. Os bolseiros vão exercer actividade no Hospital de Santo António, no Porto, e no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, sob orientação da Dra. Teresa Coelho e da Dra. Isabel Conceição, respectivamente.
A bolsa é dirigida a internos de neurologia e a neurologistas que tenham terminado a especialização, bem como a especialistas de outras áreas médicas que se possam relacionar com a Paramiloidose. Tem a duração de um ano e é renovável por um período de até três anos.
“A investigação é fundamental para se conseguir avançar no campo da medicina. Os hospitais, por si só, têm dificuldade em concretizar esta missão. A bolsa "Corino de Andrade", vai permitir intensificar a investigação em Paramiloidose e avançar no conhecimento da doença. Só desta forma se consegue encontrar novas alternativas para os profissionais de saúde e renovar esperanças para os doentes”, considera a Dra. Teresa Coelho, Responsável da Unidade Clínica de Paramiloidose do Hospital de Santo António.
Comentários