"Estamos com uma produção anual de 28 milhões de embalagens de medicamentos e dentro de quatro ou cinco anos estaremos acima dos 50 milhões", salientou o administrador.

O aumento da produção está dependente da ampliação das atuais instalações da farmacêutica, situada em São Martinho do Bispo, Coimbra, e da construção de uma nova unidade em Eiras, na mesma cidade, que estarão concluídas em 2021, por ocasião do seu 20.º aniversário.

Nessa altura, segundo Paulo Barradas Rebelo, será também lançado o projeto do "Parque Bluepharma", que será construído nas antigas instalações da Poceram, em Cernache, próximo de Coimbra, adquiridas recentemente pela empresa.

Com uma área total de 6,5 hectares, onde se incluem 35 mil metros quadrados de área coberta, trata-se de "um espaço muito generoso para se fazer o próximo crescimento, concentrando aí grande parte das nossas unidades".

O presidente da farmacêutica salienta que se trata de um projeto para 10 anos, com o objetivo de "diversificar as formas farmacêuticas" que a empresa produz.

"Temos estado a investir muito na inovação, nessas formas farmacêuticas e, portanto, os injetáveis serão o exemplo do que hoje não produzimos e que queremos vir a produzir", sublinhou.

Segundo Paulo Barradas Rebelo, a empresa tem "vivido toda a vida com grandes constrangimentos de espaço para crescer, e, portanto, pensa-se que na terceira década da Bluepharma não vai ser pela falta de espaço que" a empresa não crescerá.

A farmacêutica fechou o exercício de 2019 com um volume de faturação acima dos 50 milhões de euros, sendo o melhor ano dos 18 da sua existência, apesar de ter sido "talvez o ano mais difícil da existência" da Bluepharma.

"Em termos regulamentares, a situação é cada vez mais complexa, com custos de produção cada vez maiores e, portanto, chegámos ao final do primeiro semestre com uma improdutividade muito grande, mercê das novas obrigações que temos de cumprir com a Europa e com o Estado português", frisou o presidente da Bluepharma.

Por outro lado, acrescenta Paulo Barradas Rebelo, "começou-se a sentir alguma escassez na aquisição de princípios ativos, num mundo em evolução, no qual a Ásia e nomeadamente a China e a Índia estão a consumir cada vez mais bens de consumo", e baixa de preço dos medicamentos genéricos.

No entanto, Paulo Barradas Rebelo considera que "foi um ano em que se consolidou a estratégia, em termos de investigação e desenvolvimento e em que existe um portfólio maior e muitos novos medicamentos licenciados no mercado internacional, pelo que se conseguiu fechar o ano com solidez financeira e com confiança para continuar a investir".

A farmacêutica de Coimbra exporta 90% da sua produção para mais de 40 territórios, entre os mais exigentes mercados do mundo, em particular os Estados Unidos da América, países mais desenvolvidos da Europa, Canadá e Austrália, estando a ultimar a sua entrada em novos países "com um nível de desenvolvimento menor" da América Latina, África e Médio Oriente.

"A inovação para nós é a pedra de toque do nosso projeto e inovamos permanentemente para internacionalizar cada vez mais, sempre com uma pedra na qualidade do que fazemos e nas parcerias que estabelecemos, porque nós percebemos que são empresas inovadoras que têm capacidade de entrar em mercados exigentes", sublinhou.

A Bluepharma iniciou atividade em 2001, com 58 trabalhadores, tornando-se num grupo de empresas que reúne agora 700 funcionários.