
“Estamos focados no esclarecimento da situação. Temos a consciência de que fizemos tudo direito, cumprimos as normas, fizemos as coisas de acordo com as melhores práticas, temos a nossa consciência absolutamente tranquila, estamos focados em investigar por que é que aconteceu”, afirmou Luís Portela aos jornalistas depois de uma reunião com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
O ‘chairman’ da Bial salientou que a via da empresa “é fazer investigação, é continuar a investigação”, ou seja: “Esta é a via pela qual nós servimos os interesses das pessoas em Portugal e no mundo e é isso que vamos continuar a fazer”.
Sobre o ensaio em Rennes, Luís Portela lembrou que “foi suspenso logo no próprio dia da primeira situação” e “não será mais recuperado [e] a investigação clínica sobre esta molécula está completamente suspensa”.
“Só tomaremos a decisão de eventualmente recuperar depois de sabermos os resultados da investigação e de os termos ponderado”, disse o presidente não executivo da farmacêutica.
Por seu lado, o ministro reiterou que “a Bial é um ativo estratégico do país” e lamentou: “em milhares de atos de investigação clínica por todo o mundo, numa zona onde a arquitetura jurídica, ética e regulamentar é tão potente, estes eventos não são totalmente evitáveis”.
“Mas também não se chega à investigação e à inovação terapêutica sem correr alguns destes riscos. Por isso é que é necessário serenar os cidadãos. Trata-se aparentemente de uma situação autolimitada cujos contornos conheceremos logo que o processo de investigação em curso em França seja terminado”, acrescentou o governante.
Horas antes, o ministro da Saúde havia dito, na Maia, que a visita agendada para hoje à farmacêutica Bial servia para “recolha de informação” e para “sinalizar confiança”.
“Vamos reunir com o Conselho de Administração da Bial e recolher aquilo que é o ponto de vista da empresa sobre a evolução dos casos, que apesar de tudo nos parece estar minorada nos seus impactos”, disse.
Na semana passada, seis voluntários, entre os 28 e os 49 anos, foram hospitalizados, depois de terem participado no ensaio clínico de Fase 1 para a Bial, que testava uma nova molécula, com atuação a nível do sistema nervoso central, com efeitos provavelmente como analgésico ou a nível de alterações de humor.
Um dos voluntários que participou no ensaio de medicamentos, conduzido por um laboratório privado em França para a farmacêutica portuguesa, faleceu no domingo e os restantes já tiveram alta.
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