9 de dezembro de 2013 - 09h45

O bastonário da Ordem dos Médicos admitiu hoje que a técnica desenvolvida por um investigador português para detetar cancros mais cedo poderá ajudar no futuro e lamentou os cortes financeiros que têm sido feitos nos projetos de investigação.

“No futuro poderá revelar-se numa ajuda no diagnóstico precoce no cancro, mas tem de se prosseguir a investigação para confirmar esse potencial”, disse José Manuel Silva, em declarações à agência Lusa.

O bastonário considerou ainda ser um “orgulho e uma satisfação” o facto de se tratar de um processo de investigação científica desenvolvido por uma equipa liderada por um português, referindo tratar-se de um exemplo que demonstra o “potencial de inovação, invenção e investigação” existente em Portugal.

“Infelizmente [este potencial de investigação] está a ser desaproveitado por força dos cortes financeiros que estão a ser colocados às universidades”, criticou o responsável.

Um cientista português desenvolveu uma técnica que “provou conseguir detetar mais cedo e com maior precisão” o cancro, um feito que consta de um artigo publicado domingo na revista Nature Medicine.

Tiago Rodrigues trabalha na Universidade de Cambridge e a sua equipa partiu da constatação de que uma das características fundamentais de qualquer cancro é a multiplicação descontrolada das células anormais que o constituem.

“Este crescimento anormalmente rápido implica que a maioria dos tumores utiliza muito mais glicose (a principal fonte de energia do corpo) que os tecidos normais”, explica fonte da universidade que está a divulgar a descoberta.

Lusa