Ana Rita Cavaco reagia desta forma às declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, em que assumiu que vai acontecendo "uma estratégia de terra queimada e até desleal para com as populações", em termos de informação, facto que causa “perturbação e uma sensação de desconfiança que não é real”.

“Não há aqui nenhuma estratégia desleal, a única deslealdade que há é da senhora ministra da Saúde ao perseguir aqueles que efetivamente denunciam para que alguma coisa aconteça”, disse a bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) aos jornalistas, à margem de uma conferência de imprensa sobre o processo de sindicância ordenado pelo Ministério da Saúde à OE.

Sublinhando que há três anos que o discurso dos ministros da Saúde é este, a bastonária afirmou que, da parte da Ordem dos Enfermeiros, tem havido sempre “uma postura de defesa” do Serviço Nacional de Saúde.

“Nós quando denunciamos situações à comunicação social fazemos sempre questão de dizer que o estamos a fazer para que os problemas sejam resolvidos, porque enquanto eles não são conhecidos, infelizmente ninguém toma conta deles nem há uma resolução”, afirmou.

Ana Rita Cavaco lamentou ainda que o Governo não tenha “um plano a curto, a médio e a longo prazo” para a saúde.

“É um Governo de reação, não é um Governo que para a Saúde tenha um plano a curto ou a médio prazo. Aliás, eu creio que foram ontem [domingo] divulgadas as prioridades do PS enquanto candidato a legislativas e não vimos lá a saúde”, sustentou.

Para Ana Rita Cavaco, a saúde tem “graves dificuldades que têm de ser olhadas como um plano a curto, a médio e a longo prazo”.

A ministra da Saúde, que falava à margem da inauguração das obras de requalificação do centro de saúde da Sertã, no distrito de Castelo Branco, disse que não está no Governo para lutas.

"Não estou cá para lutas. Estou cá para trabalhar em nome dos interesses dos utentes do SNS e os portugueses não me perdoavam se perdesse tempo em discussões mais ou menos inúteis relativamente a quem é que tem o ego maior. Estou cá para trabalhar", frisou.

A ministra reconheceu que o SNS tem muitos problemas e que tem aspetos que é preciso melhorar.

Sem se referir diretamente a qualquer campanha contra o SNS, Marta Temido realçou que à ministra, cabe-lhe trabalhar, não lhe cabe ser comentadora política nem fazer esse tipo de análise: "Há uma coisa que podem ter a certeza é que não me vou distrair".