As descobertas, publicadas na revista Science, foram baseadas num estudo de 2010 em mulheres da África do Sul que usavam o medicamento microbicida Tenofovir, na forma de gel vaginal.
A droga mostrou sucesso na prevenção da infeção pelo vírus em homens de alto risco, mas os resultados dos estudos que envolviam mulheres foram "decepcionantes", lê-se no artigo.
Um ensaio de 2010 chamado CAPRISA 004 mostrou que o gel de Tenofovir, aplicado antes e depois do sexo, reduziu a incidência de infeção pelo VIH em 39%. Os investigadores examinaram o subgrupo de mulheres que foram infetadas pelo VIH/Sida durante o estudo.
Estas tendiam a ser portadoras de uma bactéria dominante conhecida como Gardnerella vaginalis, que "pode rapidamente metabolizar e quebrar a forma ativa do medicamento", conclui o estudo.
A Gardnerella vaginalis está associada a uma condição conhecida como vaginose bacteriana (BV).
A BV aumenta o risco de VIH/Sida porque piora a inflamação, afeta a parede vaginal e prejudica a cicatrização das feridas. Na África subsaariana, as mulheres têm altas taxas de prevalência de BV, de acordo com o artigo.
As mulheres com composições bacterianas vaginais mais saudáveis - as dominadas pela bactéria Lactobacillus - apresentaram uma proteção três vezes maior contra o VIH/Sida do que as mulheres com diferentes composições de bactérias vaginais dominantes.
O estudo serve como lembrete de que "sem uma compreensão mais profunda da estrutura, função e dinâmica do microbioma vaginal, intervenções bem-sucedidas para otimizar e melhorar a saúde das mulheres continuarão elusivas", afirmaram Susan Tuddenham e Khalil G. Ghanem, da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, num artigo na Science que acompanha o estudo.
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