Mais de um quarto da população europeia já experimentou drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida. A canábis é a substância mais experimentada, seguida da cocaína. E os dados são alarmantes: no último ano 23,5 milhões consumiram canábis, enquanto 87,7 milhões tiveram, pelo menos, uma experiência relacionada com as drogas.

Segundo o último Relatório Europeu sobre Drogas, em 2016, 14 milhões de pessoas consumiram MDMA, mais conhecida por ecstasy e 1,8 milhões consumiram anfetaminas. Existem ainda na União Europeia mais de 1,3 milhões de consumidores de opiáceos de alto risco, responsáveis por 81% de overdoses fatais.

De acordo com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, Portugal está ao lado da Holanda, entre os 10 países europeus acima da média, no tratamento de substituição de opiáceos para consumidores de alto risco, mas o número de doentes tratados baixou 25% desde 2010, o que pode representar uma diminuição no número de doentes crónicos.

"Desde 2014, verificamos um ligeiro aumento de mortes por overdoses, não só relacionadas com o consumo de heroína, mas eventualmente também associadas à utilização de novas substâncias desconhecidas, mais potentes e perigosas. Observamos ainda, um decréscimo do número de consumidores crónicos de opiáceos, mais envelhecidos, que necessitam de novas respostas sociais", comenta Jorge Barbosa, coordenador do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (CICAD) Porto Oriental.

"E paralelamente, desceu o uso de substâncias ilícitas entre os mais jovens e a prevalência do consumo por via injetável.  Isto é resultado da aplicação de uma política reconhecida internacionalmente, em continuidade desde 2001, assente nas medidas da descriminalização, da redução de danos e alicerçada num modelo de respostas integradas, que mobiliza recursos da administração pública e da sociedade civil", acrescenta.

Portugal no top 10 das apreensões

Portugal esta também no top 10 das apreensões de droga, no que diz respeito a cocaína e resina de canábis, o que se explica por ser um dos pontos de entrada das drogas no velho continente.

Em 2016, o Sistema de Alerta Rápido da União Europeia detetou 66 novas substâncias desconhecidas, o que dá uma média superior a uma nova droga por cada semana do ano.

Estes e outros números relevantes sobre o consumo de droga em Portugal e na União Europeia serão desvendados durante um debate organizado pela Rede Mut – Associação Portuguesa de Mutualidades. O encontro realiza-se hoje, 26 de junho, na Atmosfera M Porto, no Dia Mundial do Combate às Drogas.