17 de julho de 2014 - 11h11

A S.O.S. Rio Paiva - Associação de Defesa do Vale do Paiva denunciou hoje que o rio Paiva continua a receber descargas poluentes pontuais de algumas ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais, embora a situação tenha vindo a melhorar.

"Com as nossas denúncias, estamos a travar a poluição das águas do Rio Paiva, mas continuam a registar-se descargas pontuais de ETAR. A água está imprópria para banhos em alguns pontos, o que nos preocupa", alegou Sérgio Caetano, presidente daquela associação.

Em declarações à agência Lusa, o responsável pela associação defendeu que é necessário refletir sobre o valor natural do rio Paiva, que está classificado como Sítio de Importância Comunitária da Rede Natura 2000.

"Numa altura em que a S.O.S. Rio Paiva - Associação de Defesa do Vale do Paiva comemora 15 anos de existência, decidimos preparar uma série de palestras onde se possa discutir o futuro do rio Paiva. É preciso encontrar soluções sustentáveis para conciliar a atividade humana com a preservação da natureza", sublinhou.

Para sábado está agendada a palestra "Rio Paiva, que futuro?", que terá lugar no Centro de Interpretação da Cultura Local de Castelo de Paiva, tendo como orador Nuno Formigo, biólogo da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

"Pretendemos refletir sobre a importância ecológica e potencial do Rio Paiva, bem como sobre as suas principais ameaças e os desafios para o futuro e para a sua conservação", realçou.

Sérgio Caetano referiu que esta reflexão acontece em todos os sábados de julho, estando prevista para o dia 26 de julho uma palestra com o Grupo Lobo, que irá abordar a importância do rio Paiva enquanto corredor para esta espécie.

Para trás ficaram já duas palestras: uma sobre a influência do rio Paiva na produção do vinho verde e outra com a retrospetiva de 15 anos de atividade da S.O.S. Rio Paiva - Associação de Defesa do Vale do Paiva.

A SOS Rio Paiva, associação que visa a defesa do Vale do Paiva, existe desde 1999 enquanto movimento cívico, que acabou por ser registado como associação em 2010.

Nos últimos 15 anos vêm desenvolvendo "um trabalho de sensibilização de forma a levar as pessoas a pensar no valor natural do rio Paiva".

"O rio Paiva é muito mais que um curso natural de água. Tem uma série de espécies raras e é necessário ter em atenção o impacto que a atividade humana tem na sua biodiversidade", justificou.

O responsável pela associação aponta um balanço positivo da atividade levada a cabo ao longo de década e meia, onde têm "tocado em temas sensíveis, como a resistência em admitir que já não é bem verdade que o rio Paiva é o mais limpo da Europa".

"Fomos denunciando uma série de focos de poluição e isso vem contribuindo para que se fosse travando a contaminação das águas", concluiu.

Por Lusa