“A campanha de vacinação será crucial para conter a propagação da cólera e ajudar a salvar vidas”, disse Severin von Xylander, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Moçambique, num comunicado distribuído hoje.

Segundo o documento, durante a campanha, os vacinadores vão usar uma “abordagem mista” de vacinação de doentes nos centros de saúde, através de equipas móveis e visitas porta a porta.

“Vacinas orais contra a cólera serão usadas em conjunto com melhorias na água e saneamento para controlar surtos de cólera e para prevenção em áreas conhecidas como de alto risco para a doença”, refere-se no documento.

Segundo dados avançados pela organização, a OMS desembolsou 856 mil dólares (811 mil euros) para apoiar a resposta contra o surto de cólera em Moçambique, além de suprimentos médicos e medicamentos.

O surto de cólera que afeta alguns países da região austral africana desde finais do ano passado provocou a morte de um total de 37 pessoas em Moçambique, segundo dados do Ministério da Saúde moçambicano.

As vítimas estão entre os 5.260 casos registados pelas autoridades moçambicanas, num momento em que o país atravessa um período marcado por “doenças de origem hídrica” devido à época chuvosa.

Surtos de cólera e outras doenças diarreicas surgem sazonalmente em Moçambique durante a época das chuvas.

Entre outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por cheias, fenómeno justificado pela sua localização geográfica, sujeita à passagem de tempestades e, ao mesmo tempo, a jusante da maioria das bacias hidrográficas da África Austral.