Ter uma infeção fúngica durante a gravidez é algo que afeta cerca de 10% das grávidas. Geralmente, é-lhes prescrito um tratamento tópico. Porém, em muitos casos o fármaco sugerido pode ser oral e no caso do fluconazol isso pode ser um risco.

Um novo estudo conduzido por Anick Bérard da Universidade de Montreal, no Quebeque, Canadá, analisou dados de uma coorte de mulheres que continham detalhes sobre 441.949 casos de gravidez.

Fotógrafa mostra em 22 fotos a "brutal e doce realidade de ser mãe"
Fotógrafa mostra em 22 fotos a "brutal e doce realidade de ser mãe"
Ver artigo

Os dados analisados englobavam o período de 1998 a 2015. Foi apurado que 69,5% das mulheres expostas ao fluconazol oral tinham recebido uma única dose de 150mg. As restantes mulheres tinham recebido uma dose do fármaco superior a 150mg.

Os investigadores descobriram que a toma do fluconazol oral estava associada a efeitos secundários como a perda do bebé. Efetivamente, o uso do fármaco no início da gravidez aparentava aumentar o risco de aborto espontâneo, em comparação com a não exposição ao fluconazol.

Por outro lado, a exposição ao fluconazol em dose superior a 150 mg durante o primeiro trimestre da gravidez foi associada a um risco mais elevado de malformações cardíacas no bebé.

Não foi, no entanto, detetada uma associação entre a toma do fármaco durante a gravidez e o risco de nado-morto.

"O nosso estudo demonstra que tomar qualquer dose de fluconazol oral quando se está grávida poderá estar associado a uma maior probabilidade de aborto espontâneo", alerta o investigador num comentário apenso ao estudo.