No Peru, o governo decretou esta quarta-feira  um toque de recolher à noite, em todo o território nacional.

"Estamos a decretar a imobilização obrigatória a partir de hoje, das oito da noite até às cinco da manhã", anunciou o presidente Martín Vizcarra numa conferência de imprensa.

O exército peruano já estava nas ruas desde a última segunda, depois que o Executivo decretou estado de emergência por causa da expansão da epidemia.

Nesta quarta, o Chile entrou em "estado de exceção constitucional por catástrofe", com duração de 90 dias, uma disposição pela qual é função das Forças Armadas garantir a ordem e a segurança.

"As Forças Armadas poderão atuar como verdadeiras forças da saúde, colaborando com todos os funcionários do nosso sistema de saúde", disse o presidente Sebastián Piñera ao anunciar a sua decisão.

Ambos os países do Pacífico encontram-se entre os mais afetados da América Latina na expansão do novo coronavírus: o Chile tem 238 casos e o Peru 145 infectados.

No Uruguai, onde até ao momento foram confirmados 50 casos de COVID-19, um número que o coloca como o país mais infectado da América do Sul em relação ao tamanho da sua população, o governo estuda a imposição da quarentena obrigatória, uma medida sugerida pelo Sindicato Médico.

O ambiente de tristeza é geral na grande maioria das cidades latino-americanas, onde os eventos públicos, incluindo as competições Desportivas, e todas as atividades que gerem aglomerações foram proibidas ou desaconselhadas pelas autoridades.

O Peru, Chile, Argentina, Colômbia, Venezuela, Brasil e o Uruguai anunciaram o encerrramento de fronteiras, parcial ou total.

O acesso ao aeroporto de Lima, um dos principais terminais aéreos da América Latina, estava esta quarta-feira bloqueado por soldados armados e equipados com máscaras de proteção.

Na Argentina, o governo de Alberto Fernández resolveu esta terça interromper por cinco dias até mesmo os voos domésticos, autocarros e comboios de longa distância para evitar a circulação interna de turistas.

Nicarágua, um "país aberto"

O maior contraste a nível regional em relação a este assunto é a Nicarágua, cujo governo não propôs nenhuma medida restritiva, mas decidiu incentivar o turismo e as atividades em massa.

"A Nicarágua continua a ser um país aberto", disse esta quarta a vice-presidente, Rosario Murillo, após destacar que o seu país é um dos poucos que não tem casos do vírus.

No meio das críticas da oposição política, que a acusou de violar o direitos dos cidadãos do país em termos de saúde, Murillo convocou para o próximo fim de semana uma caminhada cujo tema é "Amos nos tempos de COVID-19".

Até às 16H15 GMT desta quarta, havia 1.235 casos registados em 19 países latino-americanos, segundo a AFP, sendo 10 deles mortais.

O Chile é o que apresenta o maior número de casos (238), seguido do Brasil (234).

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