A ESEnfC já formou 21 alunos da escola e pretende formar outros 21 para serem agentes SMS (Saúde Mental no Superior), sinalizando e identificando sinais de "sofrimento mental" nos seus colegas, contou à agência Lusa o professor da instituição e um dos promotores da iniciativa, José Carlos Santos.

Com o projeto, estes alunos "vão estar mais vigilantes e atentos, podendo responder numa situação de crise, do ponto de vista precoce", explanou o responsável.

O projeto surge depois de dois trabalhos de mestrado da ESEnfC identificarem que "o estudante no ensino superior tem algumas vulnerabilidades", tendo como pontos críticos o 2.º e o 4.º ano da licenciatura.

A iniciativa vai ter "mais foco nesses dois anos", sendo que o risco no 2.º ano poderá estar relacionado com o "início do ensino clínico" e do contacto com os doentes e o 4.º ano com "a instabilidade" do futuro, em que o fim do curso pode pressupor "o abandono do país".

Os alunos vão estar responsáveis pela "vigilância e acompanhamento", havendo depois o Espaço SMS, onde os estudantes com algum tipo de problema de saúde mental podem falar com profissionais, disse José Carlos Santos.

Numa situação mais grave, o estudante é encaminhado "ou para o serviço de saúde da escola" ou para outras instituições.

Segundo o professor da ESEnfC, os sinais que podem ser apresentados são "tristeza sem objetivo aparente e prolongada no tempo, desinteresse em atividades, isolamento, eventualmente alguma ideia de morte e a diminuição do rendimento escolar".

Para além do trabalho com os alunos, a ESEnfC está a formar e a sensibilizar os seus funcionários, sendo que alguns deles "também serão agentes SMS".

O Espaço SMS, que vai ser aberto na segunda-feira, vai funcionar nas instalações do Polo A, à segunda-feira, entre as 14:00 e as 18:00.

Segundo a ESEnfC, também pode ser feito atendimento no Polo B, mediante marcação.