Escovagens agressivas, sol, humidade, químicos, metais pesados, calor do secador, colorações, descolorações e permanentes infligem "maus-tratos" ao cabelo e podem deixar marcas irreparáveis.

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"Quanto mais frequente for a exposição e mais comprido o cabelo, maior o risco", frisa a associação Defesa do Consumidor (DECO). Uma vez com pontas espigadas, os fios jamais voltam ao normal, porque são formados por células mortas, impossíveis de regenerar - a única solução é cortar a parte estragada. "Assim, falta à verdade qualquer champô que se autoproclame reparador, indicado para cabelos danificados", adverte a DECO.

Informação falsa proibida 

Segundo o Regulamento Europeu dos Cosméticos, as alegações, implícitas ou explícitas, usadas na rotulagem e na publicidade não podem atribuir aos produtos características ou funções que estes não possuem e devem ser baseadas em elementos comprovativos adequados e verificáveis. "Ora, se o cabelo só tem células vivas na raiz, não será muito honesto dar a entender que o uso de um champô permite restaurar danos. Questionámos o Infarmed sobre o assunto, mas a resposta foi pouco esclarecedora", diz a DECO em comunicado.

"A avaliação da conformidade é analisada caso a caso", respondeu o Infarmed. Neste caso, as denominações "reparador" e "regenerador" deveriam mesmo desaparecer das embalagens dos champôs. "Sugerimo-lo ao Infarmed. Esperamos que decida a favor da veracidade da informação  ao consumidor", esclarece a DECO.

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A DECO testou 28 champôs ditos "reparadores". "O aspeto do cabelo foi avaliado em laboratório por especialistas que lavaram a cabeça de 25 mulheres. Todas tinham o cabelo pelos ombros, tendencialmente seco e danificado. Nos cinco dias anteriores ao teste, as participantes usaram o seu champô habitual e não aplicaram amaciador", descreve a DECO.

"Durante a lavagem, os profissionais opinaram sobre a eficácia dos produtos e verificaram a facilidade em retirá-los da embalagem, o tempo para produzir espuma e a respetiva quantidade e textura, bem como a facilidade em espalhar e em enxaguar. As classificações destas características na lavagem foram boas", indica.

Depois, os especialistas secaram e pentearam os cabelos, avaliando, por exemplo, a facilidade em desembaraçar e escovar o cabelo molhado e seco, assim como o brilho e o efeito eletroestático após a secagem. Globalmente, todos os produtos passaram nas provas e um obteve a classificação máxima.

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Lavagem eficaz

No laboratório, a eficácia da lavagem foi medida em madeixas de cabelo claro natural, com sete centímetros de comprimento, intencionalmente sujas.

"Em condições idênticas e bem controladas, algumas destas madeixas foram lavadas só com água, outras com um produto de referência sintetizado em laboratório e outras com os champôs testados. Primeira conclusão: ao contrário do que pensam alguns, a lavagem só com água não remove a sujidade. Quanto aos champôs, não há diferenças entre os seis testados", frisa a DECO