Os dados constam de uma resposta a um requerimento do PSD, na qual se dá conta de que em 31 de dezembro de 2019 havia 12.062 utentes a aguardar por uma cirurgia - 8.834 no Hospital de Ponta Delgada, 1.924 no Hospital da Terceira e 1.304 no Hospital da Horta.

De acordo com o ofício do executivo socialista, disponível na página da Assembleia Legislativa dos Açores, a pessoa que aguarda há mais tempo por uma intervenção cirúrgica no arquipélago está inscrita desde o dia 03 de janeiro de 2012, ou seja, há pouco mais de oito anos, no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada.

Trata-se de um caso para o qual foi proposta a inserção de um implante mamário e o processo foi classificado como normal, mas até hoje nunca chegou à mesa de operações, revela o documento do executivo.

O PSD tinha apresentado um requerimento no parlamento açoriano a solicitar ao Governo Regional informações sobre as listas de espera cirúrgicas na região e também dados sobre os casos que excederam os tempos máximos de espera definidos pelo Serviço Regional de Saúde e que estão ainda por resolver.

De acordo com a resposta, no caso do Hospital de Santo Espírito, na ilha Terceira, há uma pessoa inscrita desde junho de 2013, ou seja, há quase sete anos, a aguardar por uma laqueação e a uma intervenção nas veias varicosas dos membros inferiores, mas, neste caso, o procedimento operatório "tem estado condicionado pela situação oncológica do doente".

Já no Hospital da Horta, na ilha do Faial, há um doente que aguarda desde maio de 2015 - há quase cinco anos - por uma cirurgia de reparação de uma luxação recorrente num ombro.

No mesmo ofício, o Governo Regional revela que fez encaminhar para outras entidades convencionadas um total de 386 utentes, que não tiveram resposta adequada nos hospitais, a grande maioria deles (238) na especialidade de oftalmologia e outros 18 na especialidade de cirurgia plástica.