Todos nós, à nossa maneira, precisamos de sentir amor, seja lá da forma que for. É o amor que nos dá garra para viver, para agir e, muitas vezes, para continuar em direção aquilo que queremos conquistar no nosso dia a dia.
A verdade é que, se pensarmos bem, a maioria das grandes mudanças na vida de cada um de nós acontecem por amor.
Regra geral, movemo-nos tão mais velozmente quanto mais amamos, somos capazes de amar e sentimos que somos amados. Por isso, é que tantas vezes intuímos que “é o amor que nos salva”.
Mas, porque será que, ao mesmo tempo que nos salva, parece colocar-nos à prova em todos os sentidos e, por vezes, “chutar-nos para canto”?
Amar, em todo o sentido da palavra, implica estarmos seguros de nós próprios, de quem somos e do que é que queremos para nós. Para que, de forma plena, consigamos estabelecer uma conexão com outra pessoa.
Assim, devemos olhar para o amor com todo respeito que ele merece. E antes de amarmos, antes de estarmos predispostos a estabelecer uma relação com outra pessoa, é essencial que consigamos:
1 - Conhecermo-nos a nós próprios - Sermos capazes de conhecer todos os nossos lados por inteiro, aceitando quem somos, os nossos pontos fortes e as nossas fragilidades. Para que, ao relacionarmo-nos com o outro não sejamos apenas um conjunto de ‘máscaras’ a evitar mostrar os nossos lados menos bons.
2 - Sermos capazes de ser empáticos - Numa relação haverá, necessariamente, momentos de atritos e de discórdia. Para que esses momentos não contaminem toda a relação é essencial sermos tolerantes e sermos capazes de sair de nós próprios e de nos colocar no lugar do outro, de forma a, ver todas as perspetivas e não ficarmos ‘teimosamente’ zangados.
3 - Sabermos lidar com o nosso mundo interior - no amor e nas relações, projetamos o nosso mundo interior, os nossos vícios de forma e, principalmente, as nossas angústias e os nossos medos. Por isso, o passo mais importante antes de nos conectarmos com outra pessoa é conseguirmos dar significado ao nosso mundo interno, sermos capazes de lidar com as nossas emoções e com tudo aquilo que experienciamos. Para que, ao conjugarmos o nosso mundo interno com o mundo interno de outra pessoa, não surja confusão, mas sim um espaço de vida e comunhão.
Não nos esqueçamos que quando estamos na relação com o outro, precisamos de, com sabedoria, ser capazes de olhar para os nossos ‘fantasmas’ com tranquilidade, para que eles não se projetem maciçamente na nossa relação, ao mesmo tempo que precisamos de dar espaço a todos os lados da outra pessoa. Assim, uma relação implica sempre sermos tolerantes e amar por inteiro, quer ao outro, quer a nós próprios.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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