Em Portugal estima-se que 20 % da população com mais de 40 anos sofra de incontinência urinária (IU), uma situação patológica que resulta da incapacidade em armazenar e controlar a saída de urina. Apesar de ocorrer mais frequentemente à medida que se vai envelhecendo, a incontinência urinária não é uma consequência inevitável da idade e é muitas vezes acompanhada por outras queixas como: laxidão vaginal por envelhecimento do colágeno, secura vaginal.
Este tema, que tanto interfere na vida social da mulher, é um assunto tabu e não sendo muito falado, perpetua-se muitas vezes o desconhecimento sobre possíveis soluções, que tantas vezes passam pela adoção de pequenas mudanças no estilo de vida ou simples tratamentos sem dor.
As causas
O aparecimento da incontinência urinária não é exclusivo de apenas uma causa; pode dever-se a hábitos do quotidiano, doenças prolongadas que precisam de radioterapia, as cirurgias pélvicas anti-neoplásicas ou não, o parto vaginal, a tosse crónica, a obesidade, o facto de carregar pesos, a obstipação ou a menopausa. No entanto há causas genéticas, neurológicas causadas por diabetes, esclerose múltipla, Parkinson, AVC, tumores cerebrais e lesões na coluna.
Se o problema é temporário, a origem pode estar na ingestão de álcool e cafeína, consumo excessivo de líquidos, infeções urinárias ou mesmo a toma de determinados medicamentos (como os da tensão arterial, constipação, sedativos, antidepressivos, diuréticos ou relaxantes musculares).
Há vários tipos com o mesmo nome. Havendo diferentes causas, as perdas de urina podem ser um problema apenas temporário ou persistente, mas muito incomodativo. O diagnóstico é fácil e importante de se fazer corretamente para se escolher a melhor técnica.
Incontinência de esforço: a mais frequente, ocorre quando os músculos do pavimento pélvico e o colágeno dos tecidos estão enfraquecidos e existe uma pressão sobre a bexiga. Ocorre quando existe pequenas perdas de urina decorrente do riso, tosse, espirros, pratica de exercício, agachamentos, ou pegar em algo pesado.
Incontinência por urgência ou imperiosidade: a bexiga tem súbitas contrações dando vontade de urinar de repente. Pode ocorrer até em idades jovens.
Incontinência mista: uma combinação da incontinência de esforço com a de urgência.
Incontinência por extravasamento: a bexiga suporta volumes grandes e a urina sai porque ultrapassa a resistência da uretra.
Incontinência funcional: deve-se a doenças neurológicas.
Enurese noturna: perdas durante o sono – em crianças e adultos.
Existe solução?
Sim, sua maioria dos casos é possível a incontinência ser tratada. Atualmente não se sabe o número exato de incontinência por esforço porque para a mulher é assunto tabu.
Até aqui a incontinência urinária de esforço não tinha grande resposta efetiva – a não ser exercícios pélvicos e técnicas de reabilitação e fisioterapia. Com a evolução dos tempos, a mulher tornou-se muito ativa na sociedade e quer soluções. Mas para a incontinência de esforço, só havia uma solução que me parece radical: retirar tudo – útero e ovários e reposicionar a vagina.
Poucas são as mulheres que aceitam esta solução aos 40 – 45 anos, idade em que aparecem estas queixas. Com alguns anos de experiência, a revolução íntima chegou. É possível, sem dor, sem internamento, sem cortes, e sem ausências ao trabalho - realizar 4 sessões de laser vaginal, em cerca de 20 minutos, e melhorar progressivamente.
Há 2 tipos laser no mercado adequado a cada tipo de mulher e seu estado clínico.
Ambos, ao serem introduzidos na vagina como uma sonda vaginal, vão estimular a formação progressiva de novas fibras colagéneo e elastina, melhorando a sustentabilidade dos tecidos da vagina e arredores e do pavimento pélvico. Diminuindo a laxidão vaginal, a secura vaginal, melhorando a incontinência por esforço e aumentando a libido ao mesmo tempo. Após o laser, o alívio dos sintomas faz-se sentir ao fim de um mês e meio. O único cuidado é não ter relações sexuais durante 3 dias, mas sempre fazendo a sua vida normal.
O laser íntimo permite melhorar a qualidade da vida sexual e conforto das mulheres bem como melhorar a estética corporal das zonas íntimas dela.
Um artigo da médica Alexandra Osório, dermatologista e diretora da Clínica Dermage.
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