Esta é uma altura do ano em que a palavra mudança tem um grande valor. O entrar com pé direito ou os desejos que se pedem, ao comer as passas, são tudo expressões ou tradições que se usam para falar acerca da mudança. Mudança de atitudes, mudança de personalidade, mudança de pensamentos ou, simplesmente, mudança de vida. O que importa é mudar ou pensar-se em mudar. Pensar-se em fazer uma lista de desejos para 2016 e de objetivos e metas a cumprir.
E como é que se sente em relação a isso? Faz sentido, para si, fazer algumas mudanças na vida? E porque razão gostaria de fazer isso?
Todos nós podemos ser melhores do que somos
Primeiro que tudo tem de pensar que o querer mudar é, simplesmente, o acto de pensar em si próprio. Se não pensasse em si e, acima de tudo, se não gostasse de si, não queria ser melhor, ser mais ativo, ser um melhor pai, filho ou amigo. Este é um passo muito importante e que não deve fazer só nesta altura. Todos nós podemos mudar e devemos querer mudar, pois todos nós podemos ser melhores do que somos, verdadeiramente. Portanto, comece com essa mudança que quer ver em si ou na sua vida e seja pró activo com ela. Ou seja, motive-se, planei e faça acontecer.
A mudança só depende de si e das suas acções. Mas não é fácil. Se fosse assim tão fácil, talvez o mundo fosse um sítio “perfeito”. Mas não é! E, portanto, o melhor é fazer as coisas calmamente, de forma tranquila e prazerosa. Porque, na verdade, a mudança pode não ser fácil mas, no fim, tudo valerá a pena e tudo se tornará muito mais fácil.
E não falo em mudanças radicais. Isso acho que só deve fazer se precisar ou se isso for mesmo importante para si. Por exemplo, se estiver há muito tempo em casa, muito deprimido, então aconselho-o a fazer uma mudança. Se estiver com excesso de peso, procure ajuda e mude. Se estiver com problemas de sono, ansiedade ou stress então mude também; não deixe que esses problemas o invadam mais.
Mas isto são as grandes mudanças, aquelas que são mais dificeis de iniciar. Mas, para começar a praticar já a mudança faça algo pequenino. Algo que pode ser tão insignificante mas que, por alguma razão, não costuma fazer. Pode, por exemplo, experimentar um dia sem comer nada com açúcar; sentar-se de forma diferente no sofá ou, ainda, viajar sozinho. Isto são pequenas coisas que pode fazer e que originam logo uma pequena mudança em si e na sua vida. Nem que seja pelo facto de se sentir bem consigo próprio e satisfeito por ter tentado e, sem sombra de dúvidas, por ter conseguido.
Escreva, então, uma lista com todas as mudanças grandes que gostaria de ver na sua vida. E, simultaneamente, outra lista, com pequenas mudanças que podem ser realizadas ainda hoje. Mas faça-o por etapas, uma a uma, levando o tempo que for preciso. Assim, irá saborear melhor as mudanças e o esforço que fez para as alcançar. Para isso, escreva por ordem crescente (mudança mais pequena para a maior mudança) todos esses objetivos que tem e demore o tempo necessário, para si, a concretizá-los. Leve essa lista consigo, todos os dias, para onde for. Ela vai tornar-se importante para si e vai tornar-se parte da sua bagagem.
Não se esqueça também de ir “vasculhar a sua bagagem”. O que é que leva do ano que passou? Bons e maus momentos, não é? Situações difíceis mas, em contrapartida, situações que conseguiu ultrapassar? A vida é mesmo assim; feita de bons e maus momentos, coisas mais fáceis e outras mais dificeis. Deixe apenas os objetivos cumpridos e as metas alcançadas na sua bagagem. Tudo aquilo que tiver a mais, retire.
Retire a raiva, a tristeza, a zanga e a desilusão. Deixe o amor, os sonhos, os abraços e a felicidade. Esses sim devem andar sempre consigo, em todos os momentos e em todas as mudanças. Esses sim, entrarão em 2016 consigo, com toda a certeza.
Porque ano novo, vida nova! Ou então ano novo, mudanças novas.
Por Mafalda Leitão, Psicóloga das Clínicas em Forma
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