Susana Choças e Rafael Morais mudaram-se há dez anos para a zona de Torres Vedras, à procura de uma vida mais calma, saudável e segura. Na altura ambos trabalhavam em Lisboa, na área da restauração, mas a vontade de recarregarem energias nos tempos livres num ambiente verdadeiramente descontraído e o facto de quererem ver os seus três filhos crescer num cenário mais tranquilo levaram o casal a olhar para a vida no campo como uma possibilidade e, mais que isso, um desejo.
Uma década depois, decidem centrar em Torres Vedras as suas vidas e abrirem o seu negócio: uma pizzeria de fabrico artesanal, típica e genuinamente italiana.
“Os produtos, nomeadamente as farinhas, o tomate, os queijos e enchidos, são importados de Itália; a mozzarela de buffala chega a Portugal semanalmente, para garantir a frescura e a textura característica do produto”, explica Susana, enquanto ultima alguns pormenores no menu que não se fará só de piza. Mas já lá vamos.
O conceito do restaurante procura respeitar a técnica e a cozinha italiana tal como ela é. Por exemplo: “nas pizas, cozinhadas num forno de lenha italiano com chão e paredes de pedra que irradiam o calor por forma a cozinhar a piza uniformemente, utiliza-se uma técnica de fermentação lenta da massa”, com uma receita desenvolvida no restaurante.
Os produtores locais não são esquecidos. Por respeito aos pequenos agricultores que tanto se destacam na área hortofrutícola e como forma de dinamizar o próprio concelho, os frescos serão todos da região, escolhidos diariamente no mercado local.
Itália não são só pizas
E o que é que há para além das pizas? Susana e Rafael guiam-nos nesta viagem pela cozinha italiana. Nos anti-pasti (em italiano, as entradas) há Caprese di San Pietro (que junta a tal mozzarela vinda de Itália ao tomate da região), Focaccina con Rosmarino (pão rústico italiano), Bruschettas (em que o pão torrado se junta ao azeite, alho e alguns outros ingredientes) e Funghi trifolati al crema (cogumelos salteados em pancetta com creme de natas). Para além destas opções há ainda tábuas de enchidos italianos e queijos com compota de pêra rocha de um produtor local.
No menu, há também pastas, lasanha, ragú, carbonara, risotto, dois pratos de carne e várias saladas, “onde são usadas receitas clássicas originais italianas”. Para terminar a refeição, as inevitáveis sobremesas. Susana dá a provar as suas receitas de Tiramisú e Panacotta, “testadas, provadas e aprovadas” por quem os tem acompanhado nos últimos tempos de construção do conceito e do restaurante. Também lá de casa vem o Bolo de chocolate, no caso da mãe da Susana, e a Terra, “uma mousse de manjericão com crumble de Oreo servida num vaso, uma alusão a São Pedro e aos manjericos dos santos populares”.
Quanto aos vinhos, a carta é arrojada, apenas com referências do Oeste e alguns rótulos italianos, para que seja toda uma experiência a fazer sentido. O espaço é acolhedor, simpático e muito familiar, de onde emana uma energia muito positiva e onde se vai querer voltar.
Susana é alfacinha de gema, como a própria se define, e Rafael nasceu em Coimbra. Conheceram-se em Lisboa e partem agora para uma aventura em nome próprio, “um sonho antigo que dá um friozinho na barriga, mas que é ao mesmo tempo muito prazeroso”. Nos dez anos que passaram na zona de Torres Vedras, foram apreciando cada vez mais os momentos em família, a simplicidade e pormenores, como o pão a chegar quentinho de manhã, as hortaliças oferecidas pelos vizinhos e os figos roubados no Verão. Reconhecem o claro potencial da zona de Torres Vedras no turismo e na restauração e querem incentivar o crescimento, a descentralização e o reconhecimento da região. Mais do que isso, querem fazer parte desse processo.
A San Pietro tem as portas abertas à terça-feira das 19h00 às 23h00 e de quarta-feira a domingo, das 12h00 às 15h00 e das 19h00 às 23h00.
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