“Sempre tive a necessidade de ter um restaurante mais próximo das minhas origens, mais próximo do conforto que a cozinha me traz”, explica Alexandre, para quem a tradição de cozinhar com fogo “nos representa enquanto povo”.

O nome do restaurante é autoexplicativo e está longe de ser apenas “fogo de vista”: no Fogo, todos os pratos são confecionados com lenha – no forno, na grelha, no espeto ou num tacho de 80 kg – e têm o fumo como ingrediente comum. A ignição é sempre a mesma, mas os produtos trabalhados tanto podem ser carne como peixe, legumes ou marisco. O limite é mesmo a imaginação do chefe e da sua equipa, onde se destacam o chefe residente Manuel Liebaut e o sub chefe Ronald Sim (ex-Burnt Ends, considerado o melhor restaurante de fogo do mundo).

Alexandre Silva. Memórias, apegos e irritações do chefe de cozinha que sonhou ser fotógrafo de guerra
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“Vamos trabalhar só com produto nacional e biológico, pequenos produtores, mas não vamos ter nada fixo, porque não queremos ficar agarrados ao mau produto, queremos ficar agarrados à estação e ao que de melhor existir no mercado”, assegura Alexandre. Uma filosofia que significa que haverá regularmente novidades na carta, que podem ir da chanfana aos animais inteiros assados no espeto, mas também a sugestões mais autorais. A única certeza? O bom produto, e não necessariamente o mais nobre, é sempre o melhor combustível.

Com uma cozinha aberta onde todos os clientes poderão acompanhar a ação em redor das chamas, o espetáculo é  sempre uma garantia para quem entre pela porta do número 57 da Av. Elias Garcia. Um frenesim que é também transposto para o bar, onde o barman João Bruno estará responsável pela criação dos cocktails - propostas com uma forte componente sensorial e que têm como propósito estimular o imaginário.

Alexandre Silva - Memórias, apegos e irritações do chefe de cozinha que sonhou ser fotógrafo de guerra
Alexandre Silva - Memórias, apegos e irritações do chefe de cozinha que sonhou ser fotógrafo de guerra Alexandre Silva com a sua equipa no restaurante Loco.

Na sala, todas as operações são comandadas por Francisco Oliveira, que acumula as funções de chefe de sala e escanção. Um dos elementos-chave da equipa do Fogo, o ex-sommellier do restaurante Eleven e do hotel Penha Longa conta com uma garrafeira que abarca mais de 180 referências de vinhos, todos de produção nacional – muitos deles naturais, biodinâmicos ou biológicos.

Fogo

Avenida Elias Garcia, n.º 57, Lisboa

Contactos: tel. 217 970 052; e-mail fogo.reservas@alexandresilva.pt

Um restaurante que tem como missão recuperar memórias gustativas de um país cujas bases culturais foram construídas em redor da fogueira. "Queremos trazer os sabores que a lenha consegue transportar e que é impossível conseguir com outra coisa qualquer. No fim do dia, tudo vai parar a nós enquanto portugueses e tem de ser genuíno, tem de ser verdadeiro.”