É uso dizer-se que é nos detalhes que mora o Diabo. Vale acrescentar que nos detalhes também encontramos não somente as ratoeiras, como também as notas de virtuosismo. Serve isto para sublinhar que pode não acrescentar muito à qualidade de um vinho os pormenores na garrafa que lhe dá suporte, mas sem dúvida que nos predispõe positivamente encontrar um apontamento como a assinatura do produtor ai inscrita. É o que acontece neste fresquíssimo lançamento do produtor alentejano João Portugal Ramos.

Os lineares da grande distribuição e as casas especializadas receberam o novo Marquês de Borba Branco 2016. Um DOC Alentejo que dispensa apresentações de monta para quem o tem acompanhado nos últimos anos. Um néctar que nos chega às mãos a pouco mais de cinco euros e que evidencia as qualidades de um bom Alentejano para acompanhar pratos de peixe e saladas.

No caso vertente, provámos este vinho em maridagem com um peixe gordo, assado. Provou ser um branco redondo e suave, marcadamente alentejano. Apresenta uma acidez firme dada pelas castas Antão Vaz e Arinto e também uma discreta, mas persistente, componente mineral conferida por esta última casta. Esta, revela o seu carácter mais frutuoso quando plantada na planície a Sul.

Ambas as castas incutem os aromas cítricos maduros. Quem gosta daquele toque maduro a fruta tropical (aqui suave) vai encontrar também pretextos para levar este Marquês de Borba 2016 à mesa. Para fechar, de destacar as notas de pêssego a relembrar a presença da casta Viognier.

Em nosso entender, uma equilibrada combinação das três castas que originaram um vinho bem estruturado com longo final de boca.

De sublinhar que as uvas na base deste néctar e de acordo com o produtor, foram colhidas manualmente, manhã cedo, para pequenas caixas. A intenção foi preservar a frescura, cuidado mantido à posteriori com conservação numa câmara frigorífica antes da vinificação

A fermentação decorreu em cubas de inox com controlo de temperatura.

Marquês de Borba Branco 2016, um elegante representante do Alentejo