O sushi e o sashimi são pratos da gastronomia japonesa tal como a piza integra os sabores italianos e o cozido a cozinha portuguesa. A criação de um prato asiático com inspiração portuguesa aparenta ser, à primeira vista, um casamento estranho. Contudo, esta fórmula obtém bons resultados há oito anos no restaurante Kampai, em Lisboa.

Inspirado pelos Açores, o espaço na Calçada da Estrela, número 35, nasce da paixão de dois amigos pelo arquipélago atlântico. Num jantar de aniversário, ambos, um deles o sushiman, João Soeiro, decidiram abrir o Kampai e poucos meses depois inauguravam o espaço.

Lisboa: Kampai, o restaurante que cruza os Açores com a gastronomia japonesa

O peixe vem da lota diretamente para o restaurante. O segredo deste espaço está na frescura do peixe.

E nas mesas do Kampai, onde Japão e Portugal se cruzam, o peixe que se serve varia sempre. Depende daquilo que o mar dá. O atum, sempre, pois é rei. Depois há lírio, lula gigante, goraz, chicharro, boca negra, imperador, peixão, peixe-porco. O único peixe servido que não tem origem nos Açores é o salmão, porque não há no nosso mar.

Na mesa servem-se as lascas de peixe e os rolinhos de arroz como verdadeiras peças de arte. Fazem-se flores com alguns legumes, lasca-se finamente alho francês e nabo, aperta-se o peixe e o arroz com argolas de alga.

Kampai

Calçada da Estrela 35-37, Lisboa

Contactos: Tel.: 213 971 214; E-mail: reservas@kampai.pt

Horário: Todos os dias da semana, exceto às terças-feiras. 12h30 – 14h30 e das 19h30 – 22h30

O acompanhamento pode também ter um sabor dos Açores, porque há vinhos da ilha do Pico. O ananás e o maracujá também marcam presença como sobremesa.

Os frutos nacionais cruzam-se ainda com uma bebida típica japonesa, saquê, uma aguardente de arroz que os japoneses apreciam. No Kampai faz-se sakerinha de ananás e maracujá, ou seja, uma bebida como a caipirinha em que se utiliza saquê em vez de cachaça e os frutos dos Açores.

Sara Pelicano