Alberto Marques, empresário, formou-se em design de interiores. Durante décadas, foi responsável pelos projetos de alguns dos mais emblemáticos restaurantes e discotecas que existiram na capital. Em 2017, o filho mais velho desafiou-a abrir um bar na avenida 24 de julho, em Lisboa. Ele aceitou de imediato mas convenceu-o a reformular o conceito e a criar um restaurante com uma esplanada com um espaço para ouvir música.
No final de março de 2018, nascia A Carpintaria. "Não é um restaurante italiano, apesar da maior parte da ementa ser italiana", sublinha, contudo, o empreendedor, filho de um carpinteiro. O nome, inusitado, vem precisamente dessa ligação familiar. "Eu cresci no meio da serradura e das tábuas", justifica. Uma influência que acabou por ser determinante em muitas das escolhas que foi fazendo ao longo da vida.
O restaurante que abriu com o filho não é exceção. "Eu sou muito atrevido nas coisas. Sempre gostei de um puxador diferente, de um apontamento diferente. Tento sempre fazer coisas que sejam próprias para os espaços", admite Alberto Marques. A decoração de A Carpintaria não foi exceção. "Temos aqui madeira que veio da Austrália", exemplifica. "Sempre fiz isto para os outros mas nunca o tinha feito para mim", confidencia.
Crianças até aos seis anos não pagam e animais são bem-vindos
Bruschetta com molho pesto e lascas de parmesão, risoto de farinheira, linguini neri da seppia com amêijoa e camarão fresco, bacalhau confitado e tagliata al rosmaninho com batata-doce assada, com 400 gramas de bife de novilho grelhado, são alguns dos principais pratos da ementa. "Não queríamos que isto fosse uma pizaria ou um restaurante italiano puro e duro", justifica. O preço médio por refeição não ultrapassa os 20 €.
"Tivemos o cuidado de não inflacionar os preços", refere. A concorrência também a isso obriga ou não estivesse o Mercado Time Out a poucos metros de distância. "Passam aqui na avenida milhares de pessoas mas só com uma rede é que os conseguíamos apanhar, daí termos tido esse cuidado com os preços. E, até aos seis anos, as crianças não pagam. Não é um incentivo. É um prazer", assegura Alberto Marques.
"Nós queremos ser a sala de reunião das famílias grandes e também aceitamos animais. É um assunto um pouco controverso mas eu acho que as coisas estão a evoluir", considera o empresário, que aposta forte na música para atrair uma clientela abrangente ao local. "Temos aqui um grande equipamento de som", orgulha-se. "O espaço à noite transforma-se. O ambiente fica ainda mais cénico", afiança o empreendedor.
Independentemente da hora e do local que escolher, entre o restaurante, a esplananada ou a mezzanine, que pode ser convertida num espaço reservado, nunca saia de A Carpintaria sem provar uma das deliciosas sobremesas, muitas delas também de inspiração italiana, como é o caso do tiramisù, da musse de chocolate negro com merengue seco, da piza doce de Nutella, do cheesecake ou do carpaccio de ananás com gelado de lima.
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