Para o chef Maurício Vale, tudo o fascina na cultura e gastronomia asiáticas. As pessoas, a música, a comida e as cores são alguns dos aspetos que estão refletidos na nova carta de inverno do SOI. "Gostamos tanto da cozinha da aldeia, em que temos os métodos ancestrais, como ao mesmo tempo temos aquela maneira de apresentar mais moderna, mais sofisticada, mais street food, que é a nossa linguagem. E a ligação entre esses dois mundos é o trabalho que o SOI tem vindo a fazer ao longo dos anos", refere em entrevista ao SAPO Lifestyle durante o evento de apresentação deste menu que reforça a arte de street food asiática numa vertente mais tailandesa.
A criação desta carta – intitulada Back to the Roots - foi, tal como o próprio nome indica, um regresso às origens do chef que foi buscar inspiração às experiências gastronómicas que teve ao longo da sua vida como viajante. "Quis-me lembrar de pratos que tive na minha escola na Tailândia, quis-me lembrar de quando andava no meio das montanhas em Chiang Mai... Quis ir mesmo lá ao fundo e trazer aquilo que me fez apaixonar e depois interpretá-los do modo street food."
Na secção das entradas existem duas novidades: a Vietnamese Noodles Salad (noodles de arroz com fruta exótica, vegetais, guacamole e coco com molho de sésamo) e a Southeast Asian Salad (com ostras, pepino chinês, manga, acelga, guacamole, vinagrete jim jaew e sorvete de pétalas de rosa). Para os fãs de baos, foi criada uma versão vegetariana batizada de Pakora (um bao negro com tempura de legumes e geleia de chili e tamarindo, acompanhado de salada de tomate verde).
Foram ainda adicionados dois novos pratos de caril a esta ementa que combina a cozinha chinesa, oriental, japonesa, vietnamita, coreana, indiana e tailandesa: o Southern Curry (uma perna de pato temperada com caril caseiro de malaguetas secas e curcuma acompanhada de pickles de abóbora, lichia e kale frita) e o Singapore Vegetarian Curry (um prato de vegetais da estação com caril caseiro de malaguetas e especiarias, leite de côco, lichia e amendoins).
Para partilhar existem diversas opções, entre elas o Vietnamese Goi Cuon (uma folha de arroz com peixe do dia, barriga de porco, salada, manga, pesto de ervas e molho hoisin de amendoim) e o Chiang Rai Hot Dog (uma adaptação moderna do cachorro tradicional, com uma suculenta salsicha de Chiang Rai em pão brioche, temperado com mostarda japonesa e maionese de kimuchi). Para o chef do SOI, esta última criação consegue juntar o melhor de dois mundos: a modernidade e a tradição. "É misturar o old school com o new age. É ter a originalidade e a criatividade, mas com o respeito pela arte da cozinha", refere.
Se há quem ache que criar um menu de raiz pode ser bastante desafiante, Maurício Vale descreve este trabalho de pesquisa como empolgante. "Eu tive de me controlar por tanta excitação", explica sobre o desafio que também passou por voltar a reunir a sua equipa que, devido à pandemia, acabou por se desintegrar. Mas neste processo de criação o chef não esteve sozinho, tendo contado com o contributo de todo o seu staff. "Dei por mim com cozinheiros de Goa e de Bali em que os obrigava a puxar pela imaginação e pelas experiências que tiveram."
Independentemente dos novos pratos que todas as estações são acrescentados à ementa, o objetivo do SOI continua a ser o mesmo desde que abriu portas em 2017: convidar os clientes a descobrirem novos sabores e levá-los numa viagem de street food graças à riqueza das combinações da gastronomia asiática. "Isto é uma cozinha sensorial em que nós apelamos a todos os sentidos e a ideia é que as pessoas mal se sentem na cadeira consigam viajar até sítios como Chiang Mai, Banquecoque e Vietname. É esse o nosso desejo e a nossa essência", diz sobre o conceito deste espaço que pertence ao grupo SushiCafé.
Para os clientes menos aventureiros e que, eventualmente, possam ter algum receio de ‘Take a walk on the asian side...’, o chef Maurício Vale deixa o seguinte conselho: arrisquem. "O que eu digo às pessoas é que da mesma maneira que se preparam para aceitar coisas diferentes quando vão viajar, que aqui também façam o mesmo. Não vão pelo mais fácil. […] Arrisquem, perguntem ao chef e aos empregados de mesa o que é que sugerem e deixem-se ir", conclui.
Para conhecer, na íntegra, a nova carta do SOI, clique aqui.
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