1. A localização que vai conquistar os amantes de literatura

A relação adúltera entre Camilo Castelo Branco e Ana Plácido foi a grande inspiração para este restaurante portuense que abriu portas em abril com o nome do escritor. Mas a verdade é que este não é um espaço qualquer, muito pelo contrário. Um dado curioso é que, provavelmente, a maioria dos clientes que aqui entra não faz ideia da ligação e importância que o número 378 da Rua do Almada teve, efetivamente, na vida do escritor e no desenrolar desta grande história de amor.

“Acreditamos que as cartas que deram origem ao livro "Amor de Perdição" foram as cartas dirigidas a Ana Plácido e que tinham vindo para esta [que foi a sua última] morada. Ou seja, acreditamos que o adultério se deu nesta casa”, refere Margarida Osório, uma das proprietárias do espaço, sobre o prédio onde atualmente está instalado o restaurante.

Este é um dado que, certamente, não irá deixar indiferentes todos os que passarem por este local em homenagem a um dos maiores escritores portugueses do século XIX.

2. A originalidade do menu em papel

Apesar de no restaurante ser possível encontrar diferentes elementos que nos remetem para o famoso escritor, um dos mais chamativos é, sem dúvida, o menu em papel colocado em cima das diferentes mesas. Destaca-se pelo seu formato peculiar: o de uma carta escrita à máquina colocada dentro de um envelope branco. Esta foi a forma original que Margarida Osório encontrou para homenagear a história de amor entre Camilo Castelo Branco e Ana Plácido.

“[O menu] É uma forma direta de contarmos a história sem termos de explicar, mesa a mesa, o que é. As próprias pessoas têm interesse: abrem o menu, percebem que é uma carta porque vêm com um selo, que é de Famalicão, de onde Camilo nasceu… Tudo faz com que as pessoas queiram saber mais”, refere a proprietária.

O storytelling por detrás do menu – que acaba por ser uma carta assinada pelo escritor e dirigida a todos os que ali se sentam - é uma boa forma de meter conversa com os clientes e de lhes dar a conhecer um pouco sobre a história da cidade.

3. As combinações gastronómicas invulgares

Cozinha contemporânea de autor. É isso que poderá encontrar neste espaço onde o público-alvo são todos aqueles que pretendem viver uma experiência gastronómica e experimentar algo diferente. “Se quisermos introduzir o Camilo na nossa cozinha vamos buscar a traição: conseguimos ter o peixe a carne juntos, conseguimos ter Ásia e África juntas”, explica a empresária sobre a carta desenhada pelo chef Diogo Coimbra. “Tentamos trair e ganhar com isso. Que esta busca de sabores diferentes e coisas improváveis, cative.”

Mas qual será o prato estrela deste menu? “Todos os pratos têm o seu ponto especial”, aponta a proprietária que evidencia dois que não têm deixado ninguém indiferente: as vieiras grelhadas, com dashi, edamame e XO (18€) na secção das entradas e a paella socarrat, polvo e aioli de alho negro (60€) nos pratos principais.

Para além de todas as opções serem confecionadas no momento e com total respeito pelo produto, um dos destaques do restaurante Camilo é o facto de oferecer opções individuais e para partilhar com harmonização predefinida. “Todos os pratos dão para dividir na cozinha, inclusive o pairing. O copo de vinho conseguimos partilhar entre duas pessoas.”

4. O ambiente acolhedor e os detalhes decorativos

O espaço conta com cerca de 60 lugares dispostos ao longo de dois pisos onde é possível encontrar uma decoração minimalista, mas acolhedora onde a madeira tem lugar de destaque. Apesar de não se encaixar no perfil dos restaurantes da moda e não ser o sítio indicado para grupos de grandes dimensões, o Camilo pretende posicionar-se como um espaço capaz de oferecer uma experiência gastronómica repleta de sabor num espaço simples.

Para além das diversas mesas individuais com capacidade máxima para seis pessoas, o piso inferior conta ainda com um pátio exterior onde é possível desfrutar de refeições ao ar livre sempre que o tempo assim o permitir. “No verão vai estar tudo aberto”, explica a proprietária sobre esta zona separada por uma porta envidraçada deslizante.

Se estiver de passagem pelo Camilo, não deve deixar de espreitar outro dos detalhes decorativos que tem conquistado a atenção dos clientes: a garrafeira. Localizada debaixo das escadas e construída em linha com o design do espaço, é aqui onde são armazenadas as diferentes seleções de vinhos disponíveis no menu e que podem ser apreciadas – ou desfrutadas - durante a refeição. "[Há pessoas que] Ficam a olhar para ela a noite inteira", conta.

O SAPO Lifestyle visitou o Camilo a convite do restaurante.