O estilista italiano, ex-criador da Givenchy, substituiu em março de 2018 Christopher Bailey, com o objetivo de dar um novo fulgor à famosa marca fundada em 1856, que registou um lucro discreto nas vendas dos últimos anos.
O estilista mostrou indícios das suas ambições na Vogue, quando afirmou que queria "preservar o legado da Burberry" mas também "posicionar-se no tempo, com a modernidade".
O desfile acontece no próximo domingo, 17 de fevereiro, às 17h, número fetiche para o italiano (a sua conta no Instagram é @riccardotisci17 e o estilista deixou a família aos 17 anos para ingressar no mundo da moda).
A Semana de Moda londrina vai apresentar nesse mesmo dia a nova coleção de Victoria Beckham. A especialista do estilo chique e sóbrio, assídua nas passerelles nova-iorquinas, comemorou no ano passado os 10 anos da sua marca ao desfilar pela primeira vez em Londres.
A ex-Spice Girl conseguiu abrir um caminho como estilista respeitada, ainda que a sua sua marca continue na corda bamba, com perdas de até 11,7 milhões de euros em 2017, segundo números publicados em dezembro.
No próximo domingo também vão desfilar dois ícones da cultura punk rock britânica, Vivienne Westwood e Pam Hogg, assim como o francês Roland Mouret, mestre na arte de ressaltar a silhueta feminina, e Fashion East, a incubadora de talentos de Lulu Kennedy.
Na segunda-feira desfilam Roksanda, J.W. Anderson, Christopher Kane e David Koma, quatro estilistas inevitáveis do cenário britânico.
Estilistas "preocupados" com o Brexit
Os dois primeiros dias, sexta e sábado, são reservados para os novos talentos, como Matty Bovan, Ashley Williams, Molly Goddard e Simone Rocha, alunos da famosa escola de moda londrina Central Saint Martins, além da multifacetada estilista, modelo e apresentadora Alexa Chung.
Uma novidade desta edição é que o evento, tradicionalmente reservado para compradores, jornalistas e VIPs, estará aberto parcialmente para o público em geral através da operação "London Fashion Week: Insiders", cujas entradas estão à venda entre 135 e 245 libras, incluindo o desfile e a oportunidade de conhecer os estilistas, beber espumante e até mesmo comprar peças.
A Semana de Moda coincide com um bom momento para o setor no Reino Unido, com receita em alta para o prêt-à-porter feminino de 5,5% (35,10 mil milhões de euros) em 2018, segundo a agência Mintel.
Mas a iminência do Brexit, previsto para 29 de março, é sentida no trabalho dos estilistas, e muitos temem uma saída sem acordo, o que equivaleria a uma volta dos processos alfandegários.
"O setor está nervoso e preocupado", diz Tamara Clincik, fundadora da consultoria especializada Fashion Roundtable, entrevistada pela AFP. "Enquanto não chega o Brexit, para as empresas é difícil fazer os ajustes necessários, pois não sabem que repercussões acontecerão" nas suas atividades.
Comentários