A investigação afirma que o pigmento azul analisado nos restos de um tecido encontrado no sítio arqueológico Huaca Prieta - um centro cerimonial pré-hispânico na região La Libertad (norte) - corresponde a um corante, no "uso mais antigo conhecido do índigo no mundo".

A descoberta está descrita no artigo "Early Pre-Hispanic Use of Indigo Blue in Peru", da autoria de uma equipa de arqueólogos liderada por Jeffrey C. Splitstoser, onde se enaltece que o uso de indigotina (composto químico da tintura do anil) foi identificado após vários testes.

"A presença de um corante indigoide foi firmemente indicado em cinco das oito amostras analisadas que representam dois tecidos lisos e três têxteis entrelaçados", afirmam os pesquisadores.

A matriz original para elaborar esses têxteis foi o algodão (Gossypium barbadense) cultivado na cordilheira dos Andes, em Huaca Prieta.

O ponto de partida da experiência foi uma amostra de fio de cor azul que decora um tecido às riscas. Depois foram analisados mais sete tecidos de Huaca Prieta descobertos em 2009, onde foi detetada a presença de corantes indigoides. Este material remonta a uma época compreendida entre 6.200 e 1.500 anos.

Os investigadores afirmam não existir qualquer dúvida de que se usou, na decoração dos tecidos, o anil extraído da seiva da planta Indigofera tinctoria. Acredita-se que essa planta esteja localizada algures na costa norte do Peru.