Jonathan Anderson foi nomeado após a saída, na semana passada, da italiana Maria Grazia Chiuri, que esteve responsável pelas coleções femininas ao longo dos últimos nove anos.

Anderson já tinha sido anunciado como diretor criativo da coleção masculina em abril, e passa agora a ser a primeira pessoa a assumir a responsabilidade por ambas as coleções da Dior, que é detida pelo grupo francês de luxo LVMH.

"Jonathan Anderson é um dos maiores talentos criativos desta geração", disse Bernard Arnault, o CEO da LVMH.

"A sua incomparável assinatura artística será um trunfo crucial para escrever o próximo capítulo na história da Casa Dior," disse Arnault.

Anderson, 40, deixou a Loewe em março após uma década onde conduziu uma profunda transformação na herança da marca espanhola, que também é detida pela LVMH.

Considerado um criador influente admirado por muitas celebridades, Anderson transformou a marca, até então adormecida, mais conhecida pelas suas malas.

"É uma grande honra juntar-me à Casa Dior como diretor criativo tanto das coleções femininas como masculinas," disse Anderson em comunicado.

“Sempre me inspirei na rica história desta casa, na sua profundidade e empatia. Estou entusiasmado por poder colaborar com os seus lendários ateliers para escrever o próximo capítulo desta incrível história”, afirmou.

Anderson irá apresentar a sua primeira coleção, a masculina de verão 2026, na Semana da Moda de Paris no dia 27 de junho.

'Uma visão criativa e moderna'

Já circulavam bastantes rumores de que Anderson, conhecido pela sua ousadia criativa, poderia vir a assumir ambas as coleções da Dior, numa altura em que alguns observadores consideravam que a casa precisava de novo fôlego.

Anderson, filho do jogador internacional de râguebi irlandês Willie Anderson, é conhecido por ser uma figura discreta, surgindo frequentemente vestido de forma casual no final dos seus desfiles.

Formou-se na London College of Fashion e iniciou a sua carreira no departamento de marketing da Prada, antes de lançar a sua própria marca, JW Anderson, em 2008.

Na Loewe, destacou-se pelo corte apurado das peças e pelo uso generoso de materiais luxuosos como pele e metal. Lançou um novo clássico moderno – a mala Puzzle – e vestiu estrelas como Beyoncé e Rihanna.

A Dior teve um forte crescimento após Chiuri assumir a direção criativa das coleções femininas, em 2016, com a designer a ser elogiada pela sua abordagem moderna e ativismo feminista. No entanto, alguns críticos sugeriam que a maison francesa estava a mostrar sinais de desgaste.

Este crescimento é de vital importância – tanto financeira como simbólica – para Bernard Arnault, que em fevereiro de 2023 nomeou a sua filha, Delphine Arnault, para liderar a Dior.

“É com grande entusiasmo que dou as boas-vindas a Jonathan Anderson, que irá liderar as criações femininas e masculinas da Maison”, afirmou Delphine Arnault.

“Acompanho com grande interesse a sua carreira desde que entrou no grupo LVMH, há mais de 10 anos. Estou convencida de que trará uma visão criativa e moderna à nossa Casa”, acrescentou.