A cura da juventude em Carolina Herrera

Para a sua terceira coleção à frente da marca desde a saída dafundadora, o estilista Wes Gordon deu movimento à marca, mas sem grandes revoluções.

Nesta temporada surgiram comprimentos curtos e muito curtos, uma novidade na marca que sempre preferiu vestidos e saias longas.

Inspirado na temporada da primavera na Califórnia, Wes Gordon também misturou cores no estilo "tie-dye", uma novidade para a marca que sempre optou por tons sólidos.

María Cornejo: a idade da inocência

María Cornejo, que nasceu no Chile, foi criada em Inglaterra e considera-se totalmente nova-iorquina, apresentou uma coleção sustentável e 85% "Made in Nova Iorque", que procura recuperar a frescura da idade da inocência.

Os modelos - desta vez homens e mulheres - desfilaram pela passerelle instalada no terraço do hotel The Standard no bairro de Chelsea numa tarde de fim de verão. São looks confortáveis de cetim, algodão orgânico, poliéster reciclado e tecidos feitos por uma comunidade de bolivianas. Tudo muito chique, moderno e estruturado.

A coleção inspirou-se na "era da possibilidade". "Agora temos as viagens, a tecnologia, a industrialização, então é realmente incrível reencontrar essa era, essa 'ingenuidade' e inocência. Achei que era uma linda maneira de tentar algo novo", disse a estilista em entrevista à AFP após o desfile.

Nomeada pelo estilista Tom Ford, presidente do Sindicato de Estilistas dos Estados Unidos (CFDA) como uma das novas integrantes, Cornejo disse que defenderá no seu novo cargo "uma maior sustentabilidade e uma menor discriminação por idade, além de uma comunidade mais inclusiva".

Na primeira fila do seu desfile estava a cantora mexicana-americana Lila Downs, que vista uma das suas criações.

Há alguns dias, a atriz Sarah Jessica Parker, da série Sexo e a Cidade, usou um dos seus modelos de uma coleção cápsula com a fabricante coreana Hyundai, onde Cornejo reciclou bancos de carros.

Barragán: um toque mexicano

Desde as suas primeiras coleções em 2016, Víctor Barragán propõe um México diferente dos clichés.

Mais uma vez o estilista, que se mudou para Nova Iorque em 2015, amplia a suposta hipermasculinidade do homem mexicano injetando feminilidade, com t-shirts rasgadas ou com grandes decotes.

Barragán propõe o México das discotecas, da festa e da noite, da luxúria com a pele à mostra.

Sandy Liang e o regresso do fleece

Nova-iorquina, Sandy Liang encarna desde o lançamento da sua marca, em 2014, um sentido inato do "cool" em looks que atraem o olhar.

Liang diz que a sua inspiração não vem da paisagem, de uma obra ou de um artista, mas sim simplesmente da sua família, juventude, do seu bairro.

Desde o início na indústria da moda, Liang trabalha com roupas de inverno, e em 2016 reabilitou o fleece, que passa por um "revival".

"Comecei a fazer porque para mim encarna a nostalgia", diz. "Como quando somos criança e estamos a brincar e a nossa mãe coloca um casaco nas nossas costas. Divirto-me a fazer algo para mim".

Phillip Lim quer elevar a moda quotidiana

O americano de origem chinesa Phillip Lim apresentou uma coleção utilitária para a primavera 2020, com peças para as ruas adaptadas para várias ocasiões.

"É nosso ADN, a roupa com a qual trabalhamos e vivemos", disse em entrevista à AFP. "Queremos fazer evoluir o conceito de uniforme, fazer alguma coisa mais refinada e alegre".

Macacões, couro, amplitude e grandes casacos impermeáveis aparecem vestidos pelos homens e mulheres ativos de Phillip Lim, que ficou feliz com o novo calendário mais curto da semana da moda (cinco em vez de sete dias).

"Faz que com levemos isto mais a sério, não deixando a energia dissipar-se", diz o estilista.