“A promoção comercial externa é a primeira das prioridades para a indústria portuguesa de calçado, que coloca no exterior mais de 95% da sua produção. A presença na maior e mais prestigiada feira de calçado do mundo será, uma vez mais, da maior importância”, destaca a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), que organiza a participação nacional.
Salientando que “Portugal voltará a ser a segunda maior delegação estrangeira na feira, apenas superada pela de Espanha”, a associação adianta que irão marcar presença na MICAM mais de 1.600 expositores de meia centena de países e mais de 40 mil visitantes profissionais.
O anterior recorde registado pela participação portuguesa no estrangeiro era de 94 empresas, precisamente na MICAM.
Segundo explica a APICCAPS, a presença portuguesa na feira italiana – que no sábado contará com a visita do primeiro-ministro, António Costa, acompanhado do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e do secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira - insere-se na estratégia promocional definida em parceria com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), com o apoio do Programa Compete 2020, para “consolidar a posição relativa do calçado português nos mercados externos”.
Neste âmbito, cerca de 190 empresas da fileira do calçado estão a participar, desde o início do ano, num “megaprograma de promoção à escala internacional” que, destaca a associação, se traduzirá na presença “em mais de 60 dos mais prestigiados fóruns internacionais da especialidade”.
De acordo com os últimos dados disponíveis, Portugal exportou no primeiro semestre deste ano um total de 40 milhões de pares de calçado, no valor de 902 milhões de euros, mais 1,8% do que no período homólogo.
A manter-se este ritmo até final do ano, antecipa a APICCAPS, “2016 será o sétimo ano de crescimento do calçado português nos mercados externos”.
Desde 2009, as vendas de calçado português nos mercados internacionais aumentaram mais de 50%, passando de 1.200 milhões para perto 1.900 milhões de euros no final de 2015.
Na primeira metade de 2016 o calçado português cresceu “em praticamente todos os mercados relevantes”, registando uma subida de 2,8% na União Europeia, “fruto dos bons desempenhos” em países como França (mais 1,5% para 196 milhões de euros), Holanda (mais 0,4% para 129 milhões de euros), Espanha (mais 89% para 93 milhões de euros) e Reino Unido (mais 7% para 61 milhões de euros).
Fora da Europa, são de assinalar as “já esperadas” quebras em Angola (menos 61% para cinco milhões de euros) e Rússia (menos 15% para 8,5 milhões de euros), que contudo foram compensadas pelos crescimentos nos EUA (mais 14% para 34 milhões de euros), China (mais 30% para sete milhões de euros) e Austrália (mais 24% para 6,5 milhões de euros).
Segundo nota a associação, a forte subida que se tem vindo a registar na China perfila já este mercado como um dos destinos extracomunitários “mais relevantes” para o calçado português, que atualmente exporta praticamente toda a sua produção para 152 países, nos cinco continentes.
Quanto ao setor de artigos de pele e marroquinaria, no primeiro semestre do ano obteve um crescimento de 14%, para 85 milhões de euros, nas vendas para os mercados externos.
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