A tarde e o fim da noite foram reservados ao Projeto Bloom, cuja coordenação e produção de moda foram, pela 3ª vez consecutiva, da responsabilidade do criador Paulo Cravo.
As estreias na passerelle do PT Fashion já não são novidade! Nesta 16.ª edição do Bloom, a passerelle Bloom Destaque teve como estreantes a 0.9 VIRUS by Filipe Ferreira e de Daniela Pereira, que partilharam a passerelle, naquele que foi um desfile conjunto.
0.9VIRUS, marca de Filipe Ferreira, apresentou a coleção “ABBA” que incide no ser humano e na sua multiplicação. A coleção é composta por 10 coordenados distintos entre si refletindo diferentes tipos de personalidades diferentes, desde o reflexivo extrovertido ao percetivo introvertido, começando pela peça base usada todos os dias: a roupa interior. Os materiais escolhidos são, nos interiores, leves, delicados e com transparência, refletindo a intimidade de cada um. Já os exteriores apresentam silhuetas oversize, mas mantendo sempre um aspeto confortável. Alguns detalhes foram trabalhados em silicone conferindo à coleção um aspeto viscoso e sensível.
'The Ten Point' foi o mote de Daniela Pereira, cuja coleção teve a intenção de dar a conhecer a história do movimento 'The Black Panther Party'. A escolha da paleta de cores é fiel ao tema, sendo a cor predominante o preto nas peças e os pormenores em amarelo torrado, como escolha de uma das cores da bandeira africana. A coleção assenta em materiais como o veludo de algodão, felpa, cetim, pele, pelo e malhas, perfazendo silhuetas descontraídas e clássicas.
'Running on Louvre', de Joana Braga, aposta nas peças femininas, com silhuetas oversized e influências de sleepwear em materiais leves e esvoaçantes, com sobreposições em peças acessórias. Os tons são neutros (branco e preto) e nudes e os coordenados são maioritariamente blocos de cor. As peças masculinas materializam a identidade do homem, clean e sério.
Sara Maia inspirou-se nos movimentos de arte, designers e outros tipo de agitadores e influenciadores e apresentou looks simples com cortes rígidos e de influência militar mantendo uma estética contemporânea e andrógena.
Para a temporada out/ inv 2018, Beatriz Bettencourt inspirou-se na série “Stranger Things” e criou a 'Upside Down'. Peças de silhueta tendencialmente masculinas, evoluindo para uma silhueta associada a um estilo grunge/ punk e finalizando com uma silhueta fortemente feminina, foram a grande aposta. Materiais como felpa, denim, fazenda e tecidos acetinados foram associados às cores preto, amarelo torrado e o verde floresta.
'Unknown' e o universo do hip hop, de Nycole, consistiu em silhuetas largas e algumas peças
icónicas dos anos 90 como camisas de baseball, sweatshirts, casacos acolchoados, etc... Também nos pormenores foi notória a ideia, uma vez que atacadores largos usados nos ténis pelos seguidores deste movimento foram transportados para os detalhes das peças.
Olimpia Davide inspirou-se, uma vez mais, naquilo que mais acredita: as suas memórias. Assim, surge uma coleção prática e descontraída, mas sem esquecer a elegância e o cuidado. O azul marinho aliado ao vermelho, o verde e o cinza juntam-se a peças como um corta-vento, um blusão harrington, um fato de treino, um vestido, etc... Os materiais vão desde a junção do denim às popelines, do vinil à malha jersey recriando uma vertente mais retro dos anos 90. Os detalhes e acessórios são evidentes nas peças com cordões, ilhós, cintos de couro, elásticos e bonés.
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