Não é a primeira vez que a estilista italiana imagina um espetáculo para apresentar a sua coleção. Mas desta vez foi mais longe: mudou a localização tradicional do desfile - o Museu Rodin - para uma sala de pé direito alto que construiu na periferia de Paris, e fez uma colaboração com a famosa coreógrafa israelita Sharon Eyal, unindo a moda e a dança.
O primeiro desfile da Semana da Moda de Prêt-à-porter primavera-verão contou com oito bailarinos num cenário sobre o qual caía uma chuva de papéis picados.
Na primeira fila, as atrizes americanas Blake Lively e Shailene Woodley, além de centenas de convidados ávidos por surpresas e ansiosos com o início do principal evento da indústria da moda e do luxo, que acontece até dia 2 de outubro.
Inspirações orgânicas
Em sintonia com o movimento feminista, Maria Grazia disse em entrevista à Agência France-Presse antes do desfile que queria prestar uma homenagem às grandes artistas femininas da dança contemporânea, como Loïe Fuller, Isadora Duncan e Pina Bausch. A inspiração foi o universo "libertador e natural" dessa arte, onde a indumentária se adapta ao corpo.
"Queríamos fazer algo muito leve", de maneira que "o look clásico da Dior fosse mais leve", disse a estilista italiana à frente da direção artística das coleções femininas da Dior desde 2016.
Ao colaborar com Sharon Eyal, as duas dividiram "experiências criativas, e isso permite ter outro olhar sobre a moda", disse. O resultado é uma coleção onde imperam as inspirações orgânicas e naturais.
Quase tudo é delicado no novo vestuário da Dior, que transforma as modelos em bailarinas graciosas contemporâneas, com o cabelo preso e enfeitado com fitas. As cores são suaves, próximas dos tons da pele, e os tecidos vão da gaze ao crepe de seda em saias plissadas combinadas com bodies.
Alguns looks são mais chiques, como o bar jacket - um clássico da marca - usado com umas calças cargo desportivas e um look de saia em tule com casaco militar de algodão com bordados étnicos.
Saltos de acrílico
Neste empenho em busca da naturalidade, Maria Grazia Chiuri calçou as modelos com sapatos com tiras de sapatilha de ballet e saltos transparentes em acrílico, para dar "a ilusão de que as modelos caminhavam descalças", disse a estilista.
O desfile foi encerrado pela top model Ruth Bell e um grupo de bailarinos e modelos reunidos no cenário, muito aplaudidos pelo público.
"Durante os desfiles, muitas vezes as pessoas passam o tempo todo a tirar fotos com os seus smartphones e perdem o momento. Eu gostaria que desta vez tenham vivido (o desfile) de forma diferente", disse Maria Grazia.
Apesar disso, muitos não quiseram perder a oportunidade de imortalizar esse instante único para postar nas redes sociais.
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