«É como se uma selva se tornasse uma savana». É desta forma que a dermatologista Manuela Cochito se refere aos processos fisiológicos que estão na base da flacidez cutânea.Com a passagem dos anos, graças à ação de fatores intrínsecos, como a genética, e extrínsecos, como a exposição solar, a derme (camada mais profunda da pele) vai-se tornando menos densa. «O colagénio, a elastina e todos os componentes da derme ficam diminuídos e a pele perde a sua firmeza e rigidez, fica mais flácida», explica. Rosto, ventre, pernas e braços são as áreas mais afetadas. Conheça as soluções mais eficazes:
- A ação dos cosméticos
«O tratamento da firmeza exclusivamente por cremes não é um objetivo habitualmente atingível», afirma a dermatologista, já que estes «raramente conseguem chegar à derme, só penetram a nível da epiderme». No entanto, «algumas substâncias, nomeadamente os ácidos de frutos, retinol, DNAE, proxilane e outras moléculas poderão, de alguma forma, ajudar a estimular a produção de colagénio e elastina», reconhece.
Por outro lado, «os cremes podem ser uma ajuda porque o efeito mecânico da massagem estimula a síntese de colagénio e elastina a nível da derme». «Algumas formulações», acrescenta a dermatologista, «fazem uma ligeira retração a nível da epiderme e podem ter algum resultado transitório. Normalmente, são fórmulas em gel que fazem um certo encolhimento da pele, compactam a epiderme devido à formulação química do produto».
- Tratamentos no consultório
O grande combate à flacidez dá-se, segundo a dermatologista, em gabinete. «Se queremos atacar a flacidez mais a fundo temos que trabalhar com radiofrequência, é o tratamento que mais funciona. Têm que ser aparelhos potentes e protocolos muito rigorosos. Para haver uma nova estruturação da derme tem que haver aquecimento e estimulação das células. Só assim se pode iniciar um processo de formação de novo colagénio e elastina», explica Manuela Cochito.
- Ajudas complementares
Os suplementos alimentares podem dar uma ajuda extra contra a perda de firmeza. «Usam-se muito as isoflavonas, que mimetizam os estrogénios. São moléculas parecidas, do ponto de vista químico, com as hormonas femininas. Conseguem enganar os recetores de estrogénios, estimulando a produção de colagénio e elastina», afirma Manuela Cochito, que alerta para a necessidade de indicação e controlo médico. Mulheres com problemas mamários, ou que já os tenham tido no passado, devem aconselhar-se com o ginecologista.
- O poder da radiofrequência
Manuela Cochito, dermatologista, revela o essencial sobre o tratamento antiflacidez mais eficaz. Este atua aquecendo os fibroblastos (células da derme) com duração e temperatura determinadas.O número de sessões depende das características da pele, do aparelho e protocolo usados mas serão sempre necessárias várias sessões. «Tem que ser um trabalho de fundo e continuado, quase como um ginásio da pele, para que ela produza colagénio e elastina e se mantenha a produzi-los», esclarece a dermatologista.
No caso do rosto, uma sessão por mês durante seis meses mais uma sessão de manutenção a cada dois ou três meses. Já no corpo, recomenda-se uma sessão por semana durante as primeiras quatro semanas mais uma sessão por mês ao longo de quatro meses e mais uma sessão de manutenção de dois em dois meses. Não pode fazer este tratamento se tiver tumores malignos ou placas metálicas nas zonas a tratar e ainda se usar pacemaker.
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5 truques que ajudam a conservar a firmeza da pele
O estilo de vida que retarda a flacidez:
1. Faça uma alimentação saudável, para a pele dispor dos nutrientes de que necessita.
2. Durma cerca de oito horas todas as noites e mantenha horários regulares.
3. Não abuse do sol, que destrói o colagénio da pele.
4. Não fume. O tabaco afeta a oxigenação dos tecidos e fibras que sustentam a epiderme, provocando rugas e flacidez.
5. Evite bebidas alcoólicas.
Texto: Rita Miguel com Manuela Cochito (dermatologista)
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