Os nossos tecidos contêm a informação genética necessária à sua própria reparação e regeneração e a medicina dentária biológica tira partido dos processos celulares naturais de cura do organismo.

De acordo com o médico dentista Pedro Ferreira Borges, os princípios da medicina biológica podem aplicar-se, com êxito e resultados satisfatórios, a várias áreas da odontologia.

No entanto, é nas técnicas de reabilitação oral que oferecem mais benefícios. Na medicina dentária, as técnicas biológicas são menos agressivas para o organismo e privilegiam um procedimento mais rápido e cómodo. «Evita-se o uso de materiais sintéticos que, na maioria das vezes, atrasam o processo natural de cicatrização e, através dos procedimentos minimamente invasivos, consegue-se ativar o processo de regeneração natural do organismo», explica o médico dentista.

Fique agora a conhecer as mais adequadas para cada problema estético:

- Implantes dentários

Enquanto que os implantes convencionais requerem um procedimento cirúrgico demorado, com longos períodos de recuperação, os implantes biológicos privilegiam um procedimento mais simples e menos invasivo, com recurso a materiais mais compatíveis com o organismo. Se na técnica tradicional são aplicadas duas peças para suportar o dente (primeiro, é colocada uma peça dentro do osso e só depois é aplicada a peça que vai suportar o dente), os implantes biológicos incluem uma única peça que liga o osso diretamente ao próprio dente.

Assim, através desta técnica menos invasiva, em que se realiza apenas um pequeno orifício da largura do próprio implante, os tecidos gengivais unem-se de forma muito semelhante ao que acontece com um dente natural. O custo da aplicação de implantes dentários biológicos é, em média, de cerca de 1.500 €, podendo contudo este valor variar.

- (Micro) facetas de cerâmica

Para corrigir os dentes desalinhados, as (micro) facetas de cerâmica são a solução mais indicada. Trata-se de uma técnica menos invasiva do que as coroas e evitam o desgaste dentário, uma vez que são aplicadas sobre a estrutura saudável do dente e podem ser retiradas quando o doente quiser.

Praticamente invisíveis, mimetizam a cor e estrutura normal do dente. São necessárias duas sessões. Uma para fazer a avaliação clínica e o molde da boca e outra para aplicar as facetas. O preço médio de aplicação de cada faceta de cerâmica ronda os 600 € (preço por faceta).

- Ulrassons

O tratamento da periodontite com ultrassons é outra técnica que respeita os princípios da medicina dentária biológica e que pode ser aplicada no tratamento da periodontite (doença que provoca a queda de dentes). Durante muito tempo, o tratamento da periodontite foi cirúrgico.

Hoje, o uso de ultrassons e de microscópio cirúrgico permite manipular os tecidos com maior precisão e de uma forma menos invasiva, evitando cortes, suturas, edemas e cicatrizes. O tratamento é feito em duas sessões, mas deve haver uma vigilância durante o primeiro ano, com consultas de três em três meses. O preço médio deste tratamento com ultrassons ronda os 400 €, contudo, varia consoante o número de sessões.

- Gengivoplastia ou enxerto

Para retirar a gengiva que está em excesso, também se pode recorrer a procedimentos minimamente invasivos, diminuindo o campo operatório e evitando o uso de retalhos e suturas. Quando o objetivo é acrescentar gengiva, pode utilizar-se tecidos do próprio indivíduo.

Muitas vezes, mesmo ao lado da área a tratar pode estar o tecido necessário para cobrir o dente. Ambos os tratamentos, gengivoplastia ou enxerto, custam, em media, cerca de 250 € por área de três a quatro dentes.

Texto: Sofia Cardoso com Pedro Ferreira Borges (médico dentista)