Através de injeções enriquecidas com fatores de crescimento celular, sem recorrer a substâncias alheias ao seu organismo, conseguirá preencher rugas e sulcos, melhorar a tonicidade e luminosidade da pele e combater a flacidez com eficácia. O uso do plasma rico em fatores de crescimento celular é ainda relativamente recente. Um dos primeiros a utilizá-lo foi o estomatologista espanhol Eduardo Anitua, na realização de implantes dentários. Depois utilizou-se em traumatologia para tratar fraturas severas.

Mais tardem os oftalmologistas começaram a utilizá-lo para curar úlceras córneas e outras lesões oculares.  Graças aos excelentes resultados obtidos em todas estas áreas, o seu uso foi também aproveitado para a medicina estética, onde é empregue com êxito desde o final da década de 2000 para regenerar e rejuvenescer a pele. Victor Junqueira, mestrado em medicina morfológica e anti-age, explica com detalhe todas as possibilidades desta nova técnica.

A bioestimulação vai beneficiá-lo no rosto, no pescoço, no decote e no dorso das mãos. Também ajuda a melhorar o processo de cicatrização de qualquer intervenção cirúrgica. Depois do tratamento, nota-se uma grande melhoria na aparência e textura da pele, graças à regeneração da epiderme e da derme. O seu rosto rejuvenesce, graças à revascularização das zonas tratadas e consequente produção de novas fibras de colagénio e elastina (em decréscimo com o envelhecimento) e a sua epiderme ganha espessura e torna-se mais elástica.

O que é a bioestimulação?

É uma inovadora técnica de rejuvenescimento que utiliza princípios ativos presentes no nosso próprio tecido sanguíneo, denominados fatores de crescimento celular (FCC ), para ativar o processo de regeneração celular cutâneo, através da sua extracção e posterior aplicação (com micro injecções) na pele. Pela primeira vez em medicina estética, o paciente é, simultaneamente, dador e receptor dos princípios ativos.

O que são os fatores de crescimento celular?

Os FCC são pequenos fragmentos proteicos biologicamente ativos capazes de estimular a regeneração celular, aumentar a formação de novos vasos sanguíneos e produzir novos tecidos. «Quando injectados na pele, emitem sinais para as células-mãe locais, dando-lhes proliferarem e diferenciarem em células dérmicas», explica Victor Junqueira.

Como ajudam a sua pele?

Graças à sua enorme capacidade regeneradora, «quando injetados na pele, os FCC estimulam e reativam mecanismos biológicos naturais, diminuídos com a idade, iniciando um complexo processo de regeneração dérmica, o rejuvenescimento da pele», ilustra Victor Junqueira.

Assim, de acordo com o médico, «têm uma profunda influência sobre a aparência, elasticidade e textura da pele». «Ao melhorarem a vascularização e as trocas celulares cutâneas, restauram a sua vitalidade, aumentam a sua espessura e recuperam a sua consistência, corrigindo os sinais do envelhecimento cutâneo», acrescenta ainda o especialista.

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Como se obtêm os fatores de crescimento celular?

Apesar dos FCC serem naturalmente produzidos por todas as células do organismo, como resposta a um estímulo específico, encontram-se em maior proporção nas plaquetas e nos glóbulos brancos do sangue. Assim, segundo Victor Junqueira, «uma pequena amostra de sangue pode constituir uma fonte importante de FCC , mediante uma adequada manipulação». O processo é o seguinte:

- Colhe-se a amostra de sangue, que é preparada e manipulada, através de um processo de centrifugação, para separar o plasma rico em plaquetas.

- Procede-se à chamada ativação das plaquetas para libertar os FCC .

- Finalmente, depositam-se os FCC na derme através de micro-injeções localizadas, após limpeza e esfoliação das zonas a tratar.

Qual o resultado?

De acordo com Victor Junqueira, «os resultados da Bioestimulação são graduais e contínuos». Os FCC atuam estimulando os tecidos, portanto os efeitos não aparecem instantaneamente mas sim de forma progressiva, começando a ser visíveis ao fim de poucos dias. «No final do protocolo (até seis sessões), é significativa a melhoria na textura, luminosidade, hidratação e tonicidade da pele, verificando-se um rejuvenescimento importante e um preenchimento das rugas e dos sulcos», assegura o médico.

A duração destes resultados pode variar entre seis meses a um ano, dependendo da idade e da condição cutânea do paciente. «Este tratamento destina-se a todas as pessoas, em qualquer idade, que desejem prevenir, retardar, travar ou mesmo reverter os efeitos do envelhecimento cutâneo», define Victor Junqueira. «Especialmente destinada à face, a bioestimulação é também muito aplicada no decote, nas mãos e no couro cabeludo», refere.

«Pode, contudo, ser administrada em qualquer parte do corpo onde se pretenda combater o envelhecimento cutâneo», acrescenta. E tem contraindicações? Apenas está contraindicado em pessoas com doenças da pele em atividade, como herpes, acne ou cancro da pele. O processo não é tradicionalmente doloroso mas pode gerar queixas. «Depende da sensibilidade do paciente, pelo que, se necessário, o protocolo contempla a utilização de anestesia para minimizar algum desconforto», adverte.

O melhor da bioestimulação:

- Como se trata de um procedimento realizado com o próprio sangue do paciente, ficam descartados quaisquer efeitos adversos, nomeadamente no que se refere à alergia ou à rejeição...

- Poder-se-à apenas notar a cútis ligeiramente avermelhada, mas o efeito desaparece no espaço de algumas horas.

- Após cada sessão, pode-se retomar de imediato a rotina diária.

Quantas sessões são necessárias?

Recomenda-se no máximo seis sessões, com intervalos que podem ser semanais, quinzenais ou mensais, que podem ocorrer num período de três a seis meses. A avaliação clínica do estado da pele de cada paciente determinará a duração do protocolo e dos intervalos das sessões.