O uso de preservativo, masculino ou feminino, é a única forma de prevenção da infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), mas também de outras doenças do foro sexual.

Recentemente, foi publicado um estudo
norte-americano sobre um novo anel vaginal que evita a gravidez e previne a transmissão do VIH, graças ao facto de ser composto por múltiplos produtos anti-virais.

Esta descoberta virá juntar-se, num futuro próximo, ao leque de anticoncecionais já existente que varia entre métodos não hormonais, métodos que combinam estrogénio e progesterona e outros de longa duração, compostos apenas pela segunda hormona.

Conheça as vantagens de cada um:

- Preservativo masculino

É um método não hormonal, «que não implica a administração de nenhuma substância e é eficaz em termos de protecção da gravidez e infeções», refere Fátima Palma. Tem a favor o facto de proteger contra as doenças sexualmente transmissíveis (DST). É, no entanto, contraindicado para pessoas que sejam alérgicas ao látex, embora já existam preservativos feitos com outro material.

- Preservativo feminino

Mais largo do que o preservativo masculino, «coloca-se facilmente como um tampão que se adapta à entrada da vulva. É confortável e pode ser colocado até seis horas antes da relação sexual», descreve Fátima Palma, ginecologista. Apesar de nenhum método de barreira proteger totalmente do Vírus do Papiloma Humano (HPV), tal como o preservativo masculino, o feminino oferece uma elevada proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis e gravidez, sendo controlado pela mulher.

- Dispositivo intra-uterino (DIU)

Maioritariamente composto por cobre, trata-se de um pequeno dispositivo que se aloja no colo do útero. «O cobre vai-se libertando, tornando o meio hostil para os espermatozoides e criando uma zona inflamatória. Mesmo que algum espermatozóide passe a barreira, não há hipótese de fecundação», explica Fátima Palma.

Tem uma duração de três, cinco ou dez anos, o que acaba por ser um aspeto positivo. Está, contudo, contraindicado para mulheres que habitualmente têm grande fluxo menstrual.

- Pílula

Composto por estrogénio e progesterona, a sua eficácia depende do cumprimento rigoroso da toma. Consiste em 21 comprimidos de toma diária e um intervalo de sete dias. Existe também uma pílula composta por 28 comprimidos (24 com substâncias activas e 4 placebos), «de toma diária que ajudam a atenuar o chamado síndrome pré-menstrual».

A sua toma prolongada não afeta a fertilidade e as pausas são de evitar. Tem a vantagem de regular os ciclos menstruais e beneficia a pele. Segundo a ginecologista, «é um bom protetor do cancro do ovário e do endométrio». «É contraindicada para mulheres com alguns tipos de cancros malignos (como na mama) que são de dependência hormonal», adverte a especialista.

Outro ponto a desfavor é que não protege das DST. «Antes de optar por este método é preciso analisar a história clínica com um especialista, uma vez que certo tipo de patologias não são compatíveis com a toma da pílula», recomenda a ginecologista. As mulheres fumadoras não a devem tomar.

- Anel vaginal

Colocado na vagina, liberta estrogénio e progesterona, tendo a vantagem de não depender da toma diária. De plástico maleável e com cinco centímetros, «a sua colocação é simples. Durante os 21 dias que está na vagina liberta hormonas que protegem da gravidez. Pode eventualmente sair, mas é muito fácil de voltar a colocar», explica a ginecologista, salientando que não deve estar no exterior mais de quatro horas.

Ao fim de 21 dias, é retirado e, após uma semana, é colocado um novo anel. «Não devem ser feitos mais de dois ciclos seguidos, sob risco de perda de algum sangue», realça. É compatível com outros métodos de barreira, como o preservativo masculino, e os efeitos secundários são reduzidos. «As dores de cabeça ou mamárias típicas no uso da pílula podem diminuir e não está dependente do metabolismo do organismo», refere.

«Como entra directamente na corrente sanguínea, pode-se tomar antibióticos que o seu efeito não é anulado», exemplifica ainda. Mas nem tudo são vantagens. Tal como a pílula, é preciso fazer uma avaliação da história clínica para saber se o método é incompatível com doenças que a mulher possa sofrer.

- Adesivo

Colocado na pele, liberta hormonas que são absorvidas pela corrente sanguínea. «Uma vez por semana, durante três semanas seguidas (com uma de descanso), é colado na pele que não pode estar húmida nem com creme. Pode ser aplicado em qualquer zona, menos no peito, e não há problema em variar o local onde é colado», refere a especialista.

Apesar de não sair com água, é importante que seja verificado depois do banho. «Se não se conseguir voltar a colocar, é preciso aplicar um novo. Não se deve estar sem ele mais do que algumas horas», acrescenta ainda Este método contracetivo regulariza o ciclo menstrual, diminui as dores, faz com que normalmente se perca menos sangue. Não depende da toma diária.

À semelhança de muitos dos outros, também tem contras e pontos a desfavor, uma vez que pode desencadear alergias cutâneas. Tal como a pílula e o anel vaginal, é preciso ter atenção a certos tipos de cancros que dependem de hormonas.

- Implante e injeção

A progesterona tem menos efeitos do que o estrogénio e aplica-se em métodos de longa duração, como o implante e a injecção. «O primeiro é subcutâneo, feito no braço e dura três anos. Tem uma eficácia maior do que os métodos que combinam as duas hormonas», afirma Fátima Palma. É reversível e pode ser retirado se se quiser engravidar. A injecção é trimestral e liberta um progestativo que previne a gravidez.

As suas vantagens são reconhecidas e elogiadas. «São ideais para mulheres com contra-indicação para o estrogénio, durante a amamentação e para quem prefere uma proteção durante mais tempo», assegura a especialista. Estes métodos podem, contudo, provocar alteração do ciclo menstrual e algumas mulheres ficam sem menstruação.

Mas são reações normais, assegura a especialista. «Têm menos contraindicações do que os métodos que combinam duas hormonas, mas também existem desvantagens que devem ser discutidas com um especialista», refere ainda.

- Pílula do dia seguinte

A pílula do dia seguinte é uma contraceção de emergência que só deve ser utilizada em caso de falha ou de não utilização de nenhum método, até 72 horas depois da relação não protegida.

Texto: Mariana Correia de Barros com Fátima Palma (ginecologista)