À semelhança de muitos outros pontos do mundo, também Portugal está a desenvolver investigações que incidem sobre os comportamentos sexuais dos portugueses num laboratório muito característico. Os estudos do SexLab, o Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana, cruzam medidas que avaliam fenómenos fisiológicos com medidas relacionadas com fatores psicológicos potenciados ou gerados pela atividade sexual.
Estes são os cinco instrumentos e os métodos a que os especialistas deste organismo afeto à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto recorrem para conseguir obter informação para análise:
1. Fotopletismógrafo vaginal
Avalia o grau de excitação sexual feminina a partir da vasocongestão vaginal, o aumento do afluxo sanguíneo à volta da vagina. Uma das extremidades, semelhante a um tampão, é inserida na cavidade vaginal. Possui um sensor que emite uma luz que é refletida pelo sangue. A diferença entre a luz emitida e a refletida é transformada num número, que indica o grau de excitação genital. A outra extremidade liga-se a um amplificador, que transmite a informação recolhida ao computador.
2. Cinta peniana
Colocada pelo participante à volta da base do pénis, é uma uma argola de elástico que avalia o grau de excitação sexual masculina a partir do aumento da circunferência do pénis. A outra ponta do fio está ligada ao amplificador. O sinal elétrico recebido no computador corresponde ao número de milímetros que a circunferência do pénis aumenta ou diminui.
3. Eye-tracker remoto
Colocado por baixo do monitor do computador, é um dispositivo rectangular preto que fornece "dezenas de indicadores em termos de processos atencionais realizados com a visão, assumindo que, para onde olhamos, estaremos a prestar atenção", explica Joana Carvalho, investigadora. Por exemplo, "são monitorizados os movimentos oculares, o número de fixações numa certa região do estímulo e a dilatação da pupila, que quando aumenta é um sinal de maior interesse sexual".
4. Cinta toráxica e monitor de frequência cardíaca
A primeira é colocada à volta da caixa toráxica, avaliando as variações do seu volume. Mediante estímulos sexualmente relevantes, o volume aumenta. Nessas alturas, respiramos mais depressa e profundamente. O segundo é colocado no lobo da orelha e emite uma luz que trespassa o tecido. Quando aumenta a frequência cardíaca em virtude da excitação sexual, aumenta também o volume sanguíneo no lobo.
5. Questionários
Após verem excertos de filmes, os participantes respondem, através do computador, a questões de resposta múltipla, avaliando o grau de excitação que sentiram. Por exemplo, se acharam os atores atraentes, no caso das mulheres, se sentiram lubrificação genital.
Texto: Rita Miguel com Joana Carvalho (investigadora) e Pedro Nobre (investigador)
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