Como todos os medicamentos, os contracetivos orais também podem ocasionar reações adversas. O conhecimento destas manifestações orgânicas surge quando os medicamentos são estudados através de ensaios clínicos, antes e após a sua entrada no mercado. São diversas as suas reacções adversas conhecidas e comprovadas, sendo mais frequente o aparecimento de dores de cabeça, vertigens, náuseas, rigidez da mama e queixas gástricas, entre outras.
Existe uma outra forma de suspeitar de efeitos indesejáveis dos medicamentos, que resulta na notificação, às entidades reguladoras de farmacovigilância, de efeitos possivelmente associados aos medicamentos por parte das pessoas que os tomam. Neste contexto, existiram algumas notificações de alterações do desejo sexual com a toma dos contracetivos orais. Existe referência, nos últimos anos, a queixas de casos pouco frequentes de redução do desejo sexual.
Estas manifestações ocorreram entre mais de uma mulher em cada 1.000 mulheres e menos de uma mulher em cada 100 que tomaram os contracetivos. No entanto, embora raramente, surgiu também aumento do desejo sexual em menos de uma mulher por cada 1.000 mulheres que tomaram contracetivos. Mas estes dados não foram ainda comprovados cientificamente e a associação entre a toma dos contracetivos orais e as alterações do desejo sexual não foi confirmada nem refutada.
Texto: Maria Augusta Soares (farmacêutica e professora na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa)
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