Os adolescentes que jantam com a família, duas a três vezes por semana, têm um risco mais reduzido de virem a sofrer de obesidade no início da idade adulta do que aqueles que nunca o fazem. Estas são as conclusões de um estudo internacional liderado por Jerica M. Berge, uma professora assistente de medicina familiar na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos da América, que acompanhou os hábitos alimentares de 2287 adolescentes, rapazes e raparigas, durante cerca de dez anos. Os resultados, desenvolvidos no âmbito de um projeto de investigação Project EAT são surpreendentes.
Comparados com aqueles que nunca comiam com a família, uma situação muito mais comum nos EUA do que em Portugal, os adolescentes que o faziam três a quatro vezes por semana tinham menos de metade da probabilidade de vir a ter excesso de peso e, mesmo para os que tinham apenas uma ou duas refeições em família, o risco continuava a ser menor. Era inferior em 33 por cento. Cerca de 51% dos adolescentes analisados tinham excesso de peso e 22 por cento eram mesmo obesos. Ambas as percentagens são preocupantes.
Jerica M. Berge defende, por isso, uma estratégia integrada a implementar urgentemente. «Fazer os pais compreender que realizar um mínimo de uma a duas refeições em família por semana pode ajudar o seu filho a combater problemas de peso e até de obesidade na fase inicial da sua vida adulta é muito importante», refere a especialista, que apela aos profissionais de saúde pública e aos profissionais de cuidados de saúde para trabalharem em conjunto com os pais para travar os elevados níveis de obesidade na infância, na adolescência e na idade adulta.
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