O Dr. Finanças não pretende dizer como deve educar os seus filhos. No entanto, a nossa experiência na renegociação de créditos e no combate aos problemas de excesso de endividamento mostra-nos que existem alguns sinais de alerta e diversos comportamentos que poderão originar situações complexas do ponto de vista financeiro. Deixamos assim algumas ideias e/ou reflexões que poderão marcar a diferença.

Um bom exemplo:

A educação (independentemente do contexto) é fortalecida pelo exemplo. Os pais devem dar o exemplo para conseguirem que os seus filhos adiram à educação. De nada vale o Pai dizer que a criança deve controlar o consumo se o Pai tem uma propensão ao consumismo. Por outro lado. Lidere pelo exemplo. Mostre como se faz e explique porque o faz.

Envolva o seu filho:

Deverá procurar envolver o seu filho na definição de regras para que este tenha uma maior adesão. Se virmos bem, é mais fácil seguirmos as regras se tivermos uma palavra a dizer sobre elas. Pode ser apenas um “pro forma”. Mas a sensação de envolvimento irá proporcionar uma maior abertura do seu filho que já não verá a regra como uma restrição absoluta mas como algo que “negociou”.

Explique:

As crianças são pessoas. Sendo algo evidente é uma tentação de muitos pais considerarem os seus filhos como máquinas que lhes devem obediência. Os filhos querem perceber as razões das decisões dos seus pais, pelo que o “porque sim” e o “porque não” devem deixar de existir nas conversas.

Os filhos gostam de dinheiro:

As crianças valorizam o dinheiro. Gostam de receber dinheiro e de o amealhar. Daí que os mealheiros funcionam muito bem, especialmente para as crianças mais novas. Utilize um mealheiro e aproveite as suas potencialidades. Explique-lhe para que serve. Qual o valor de cada moeda e o que dá para comprar. E mostre que se poupar muitas moedas (o mealheiro irá ficar mais pesado) pode comprar coisas melhores (como a playstation ou a barbie).

A reciclagem entrou em casa pelos filhos!

Quem acha que os filhos não têm capacidade de persuasão e quem acha que os filhos não podem ter um papel a dizer no esforço de poupança em casa, deverá recordar-se que a reciclagem entrou em casa pela insistência dos filhos. As escolas mostraram como reciclar e a insistência em casa foi tão grande que os pais começaram a separar o lixo.

Acreditemos ou não, a abertura e esforço das crianças pode ser aproveitada no contexto da poupança. Experimente mostrar ao seu filho as faturas da água e da eletricidade, explicar-lhe como poderá ajudar na poupança e dar-lhe a responsabilidade para reduzir esses custos. Depois conte-nos o resultado!

Quais as suas estratégias de envolvimento do seu filho no esforço de poupança? Como fala com o seu filho sobre dinheiro? Partilhe a sua experiência.

João Morais Barbosa

Partner da Reorganiza

www.doutorfinancas.pt