A Internet transformou-se numa das ferramentas mais úteis e usadas por pessoas no Mundo inteiro. Atualmente estima-se que mais de 2 mil milhões de pessoas utilizam a Internet numa base regular. Ao mesmo tempo que é um facilitador de várias práticas do dia-a-dia, é também uma fonte de potencial perigo, derivado do uso (in)devido que dela pode ser feito.
Nas recentes publicações da especialidade, a adição à Internet está a “lutar” para se tornar uma categoria de diagnóstico específica, composta por um conjunto de sinais e sintomas específicos que, no seu conjunto, se traduzem por um “desligamento” significativo daquilo que de mais importante existe na vida do indivíduo, tornando-se o computador e a Internet os principais, e até únicos, interesses daqueles que se tornam “viciados”.
São sobretudos os adolescentes e os jovens adultos os principais atingidos por esta recente “calamidade” e, como tal, serão os pais e os professores aqueles que mais vigilantes devem estar no que toca à identificação dos sintomas precocemente e consequente sinalização a um profissional especializado. Isto porque aqueles que se tornam dependentes da Internet não reconhecem o seu vício, não tomando em consideração as horas excessivas que passam diante do computador nem o facto de mais nenhuma atividade conseguir ser tão interessante e prazerosa como aquela a que estão “ligados”.
Neste sentido, pais e professores deverão estar atentos a:
a) apesar de controverso, aquilo que se considera como um tempo excessivo ao computador (especialistas apontam 6 horas, apesar de não ser o principal critério); b) uma grande resistência em desligar o computador, ultrapassando largamente limites previamente estipulados; c) as conversas sistematicamente giram em torno dos conteúdos do computador, nomeadamente vídeojogos, podendo este tema tornar-se “inesgotável”; d) alteração dos padrões de sono, derivados de utilizações tardias do computador que colidem com os horários do dia seguinte, principalmente com a hora de acordar e ir para a escola; e) manifestação de agressividade e de grande tristeza quando é negado o acesso ao computador e aos vídeojogos e, por último, f) uma diminuição significativa no rendimento académico ou laboral.
Por ser um aspeto tão importante para as suas vidas, os indivíduos mostrarão “resistência” em aceitarem o acompanhamento. Porém, o grande objetivo deste será possibilitar à pessoa um uso mais adequado do computador, equilibrando-o com outras atividades prazerosas do dia a dia e permitindo uma forma mais saudável de lidar com emoções, que muitas vezes estão encobertas pela utilização excessiva da Internet e dos vídeojogos.
Apesar da utilização da Internet poder ter um lado menos positivo, é fundamental encará-la como um recurso inevitável do dia-a-dia, não podendo ser retirado por completo da vida dos indivíduos.
João Faria
Psicólogo Clinico
joao.faria@pin.com.pt
PIN - Progresso Infantil
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