Se empalideceu ao ler esta regra, compreendemos. De facto, somos os primeiros a admitir que há alturas em que será muito difícil. Mas também há outras em que não estamos com disposição para ver o nosso filme preferido, ou ouvir a nossa música favorita, ou para comer chocolate.

 

Não se assuste. Esta regra não significa que temos de sentir sempre vontade de estar com os filhos. Apenas queremos dizer que, quando temos oportunidade de espairecer um pouco com os nossos filhos – aos fins de semana, nas férias, ao ler-lhes uma história à noite, quando vão para a cama –, é importante apreciar a companhia deles.

 

E por que razão será tão difícil? Porque nos pomos a pensar que poderíamos estar a fazer outra coisa, ou porque nos lembramos da longa lista de tarefas que nos espera e, em vez disso, estamos a ver com eles mais um episódio de uma série que conhecemos de cor e salteado; ou porque estamos preocupados com a panela ao lume e que pode entornar a qualquer momento, ou a pensar no trabalho que vamos apresentar no dia seguinte.

 

Alto! Estamos a meio da tarefa mais importante do nosso dia a dia – apreciar a companhia dos filhos. Paremos então de pensar em tudo o resto e concentremo-nos realmente neles, naquilo que estão a fazer e a dizer. Não tenha dúvidas de que é tão importante como mudar-lhes a fralda ou preparar o jantar ou preparar aquela apresentação para o trabalho. Por isso, mantenha um diálogo com eles. Quando um diz: «Sabes uma coisa? Consegui matar 17 monstros!», não se limite a responder: «Ena!». Pergunte, por exemplo: «Quer dizer que tiveste de usar todas as flechas que tinhas?».

 

O truque para apreciar a companhia dos filhos é encarar isto como um objetivo em sim mesmo. Concordamos, não tem graça nenhuma avestir e despir a Barbie vezes sem conta para experimentar todos os seus adereços, ou discutir as melhores jogadas de todas as equipas da primeira divisão, ou ouvir um relato extremamente minucioso de uma luta imaginária entre as forças da luz e um batalhão de invasores extraterrestres. Mas não precisa ter graça. Tudo isto constitui apenas um meio para atingir um fim. E esse fim é estar com os seus filhos, descobrir como é que eles veem o mundo e aquilo que os diverte, arrelia, magoa, entretém, fascina, aborrece e intriga.

 

Uma vez que consiga parar para apreciar, verá que vai gostar cada vez mais de estar na companhia deles e que tem muito a aprender com eles. E quando já souber apreciar bem essas ocasiões, muito mais facilmente poderá perdoar-se a si mesmo pelas outras ocasiões em que não consegue suportar mais meia hora de Monster High.

 

Ideia-chave:

O truque para apreciar a companhia dos filhos é encarar isto como um objetivo em si mesmo.

 

Texto adaptado por Maria João Pratt

Fonte: 100 regras para educar o seu filho (2009), de Richard Templar – Editorial Presença

 

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