As imagens são do documentário intitulado Hakani, realizado por David Cunningham, filho do fundador de uma organização missionária norte-americana.

 

Recorrendo ao documentário dramático, o projeto Hakani é uma produção financiada de forma privada, que pretende apoiar organizações não governamentais (ONG) na defesa dos direitos das crianças indígenas, O filme é uma ferramenta criada para aumentar a consciencialização sobre o infanticídio e abrir a discussão sobre alternativas.

 

Ainda utilizado por volta de 20 etnias entre as mais de 200 do Brasil, o infanticídio leva à morte não apenas de gémeos, mas também de filhos de mães solteiras, crianças com problemas mentais ou físicos, ou de doença não identificada pela tribo.

 

O projeto Hakani tem sido contestado pela Survival International, ONG crianda em 1969 após o escândalo do genocídio de tribos indígenas da Amazónia, por considerar que o projeto Hakani é apenas uma campanha orquestrada por movimentos evangélicos que tentam converter as tribos indígenas e impor-lhes as suas crenças sobre as culturas nativas.

 

O tema já gerou projetos de leis e muita polémica em torno da saúde pública, cultura, religião e legislação. Em 2004, o Governo brasileiro promulgou, por meio de decreto presidencial, a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que determina que os povos indígenas e tribais «deverão ter o direito de conservar os seus costumes e instituições próprias, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais definidos pelo sistema jurídico nacional nem com os direitos humanos internacionalmente reconhecidos».

 

 

Maria João Pratt

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